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sábado, 31 de dezembro de 2016

Cores & Formas



Azul. Vermelho. Amarelo.

Traços. Retas. Quadrados. Amplitudes. A simplicidade nas formas diretas. Do jeito mais preciso. E depois, a multiplicação das formas, no jeito mais variado de se produzir Arte. Na geometria das coisas, das cores. Na capacidade de expressar seu mundo nas cores primárias. De uma maneira bem matemática – de ângulos, linhas, entroncamentos. A profundidade das cores: a viagem para dentro do infinito. O mergulho no labirinto... do caos!

As cores e as formas do pintor holandês Piet Mondrian (1872-1944).


sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Ciclos de Convivência Literária




Ter participado dos “Ciclos de Convivência Literária: o escritor como leitor contemporâneo” foi muito produtivo.

Foram debates/discussões promovidos pelo Centro de Referência da Moda. Uma maneira de aproximar o público ao escritor e ao leitor.


É uma convivência saudável já que muito antigamente não tínhamos contato com escritores (a pessoa em si) e sim com suas obras. Estar em contato com pessoas interessadas no fazer literário humaniza as relações, os intercâmbios, as experiências...



domingo, 13 de novembro de 2016

CATATAU


Catatau significa calhamaço. E Catatau é o título do intrigante livro do poeta Paulo Leminski. Um livro que foi classificado pelo próprio autor como um “romance ideia”. E nada mais compreensível do que ler uma crítica sobre este calhamaço. Então, o livro da Professora Tida Carvalho intitulado “Catatau de Paulo Leminski: (des)coordenadas cartesianas” (2ª Edição , São Paulo, 2015, Maçã de Vidro Edições) abre uma luz sobre o “claro/enigma” deste poeta curitibano.  

terça-feira, 8 de novembro de 2016

MOBGRAPHIA DE HOSPÍCIO


A exposição do artista e psicólogo Felipe Arthur, na AMMG - Associação Médica de Minas Gerais causa impacto logo na entrada. Uma roupa esfarrapada, disforme, pendurada, exposta, nua & crua na cara do expectador. É o impacto, o choque, como costuma ser as exposições de Felipe. A obra intitula-se “Corpo de Hospício 2013: Instalação interativa, pijamas hospitalares”. Não sendo, de certa forma, um contraste com as fotografias em exposição. Fotos em preto&branco revelando a face das pessoas internadas em sanatórios, traduzindo alegria e indiferença diante da câmara fotográfica.


A mostra MOBGRAPHIA DE HOSPÍCIO reside no contraste entre o neutro e o colorido. Na mesa, fotos coloridas impressas em pequenos tocos de madeira. Como pedaços de esperança nas cores vivas – como quebra-cabeças a serem montados para a Vida.

domingo, 23 de outubro de 2016

PEDAL SOLIDÁRIO: SOU CICLISTA DO BEM


Belo Horizonte, 22 de Outubro de 2016.
Numa bela manhã de sábado...

Mais uma vez foi realizado o PEDAL SOLIDÁRIO: SOU CICLISTA DO BEM, organizado pelo Desta vez, visitamos a Escola Estadual Três Poderes e o asilo ESPAÇO BEM VIVER, ambos no bairro Itapoã.

A concentração foi em frente à loja de bikes alugadas, a BIKEMANIA, do colega Rodrigo e de lá partimos.

Encontramos com os jovens ciclistas alunos da Escola e de lá fomos em direção ao asilo levar os donativos.

E mais uma vez,
realizado com sucesso,
este evento solidário

do qual gosto e confesso!


sábado, 8 de outubro de 2016

TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE





Baseado em fatos reais e no livro dos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein, o filme TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE (1976) evoca a história de um dos presidentes mais controversos dos Estados Unidos, Richard Nixon, no período de 1972 a 1974. Os atores principais são coadjuvados por um time de primeira como Jason Robards, Jack Warden e Martin Balsan.

A trilha sonora é de David Shire que mescla músicas de suspense e ação. Quando o filme começa não há música de abertura e a cena é o arrombamento da sede do Partido Republicano no prédio de Watergate.

O filme mostra o processo de investigação dos repórteres do jornal The Washington Post. A película não aborda a vida pessoal dos personagens e sim sua relação com o trabalho jornalístico. E o trabalho jornalístico fora uma intricada investigação que resultou em processos para renúncia do presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, um fato histórico na história americana. Nos fica evidente a neutralidade dos repórteres, em face do que pode acontecer. Eles não querem ver sua nação à ruína, mas precisam cumprir profissionalmente a função que é a de ser repórter. Que é informar através de fatos, a verdade (?) para a sociedade. 

No ramo jornalístico repórteres precisam ter sorte para conseguirem um “furo de reportagem” e Woodward e Bernstein tiveram muita sorte na investigação entre tantos repórteres de outros jornais. Eles só publicam algo se for confirmado e não citam nomes.

Numa época que não existia a Internet, os repórteres buscam os registros de livros consultados pela Casa Branca, numa cena espetacular onde a câmera foca os dois em plena busca de provas para sua matéria jornalística; a imagem afasta-se de baixo para cima num tom de profundidade.

Eles possuíam uma arma poderosa: o telefone. E através dele investigam a vida de todos os envolvidos. E a cada resposta do interlocutor, os repórteres anotam tudo em seus blocos – cada palavra. Eles são orientados por seu editor, interpretado por Jack Warden.

Bob Woodward tem a ajuda de um homem misterioso com o codinome “Garganta Profunda”, interpretado por Hal Halbrock, que apenas confirma e o orienta em sua investigação. Eles se encontram de madrugada no estacionamento de um Shopping:
“Você me diz o que sabe e eu confirmo, mantenho você na pista certa” – diz Garganta Profunda.

Em algumas cenas há sempre um rádio ou TV transmitindo  e passando notícias, ou na redação do jornal ou no apartamento de Woodward. Numa época onde as máquinas de datilografia eram as armas dos jornalistas, a palavra transformada em notícia para deleite de leitores. As matérias de Woodward e Bernstein levaram o Tribunal de Contas a investigar o comitê de reeleição de Nixon.

Como no início o filme termina sem música. E com Woodward e Bernstein datilografando ferozmente suas máquinas de escrever.
A vida não para.

INFORMAÇÃO TÉCNICA
Nacionalidade: EUA
Direção: Alan J. Pakula
Atores: Robert Redford, Dustin Hoffman
Ano: 1976





segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O periódico “Persuasão”



Em 1996, eu e os parceiros literários Maria Alice, Ronan Gomes e Osvaldo Gomes criamos o periódico “Persuasão”. Uma folha A4 dividida ao meio para publicação de quatro textos (poesia, crítica, conto, etc.). A produção era de nosso próprio bolso e distribuíamos entre os colegas, principalmente através dos Correios. No início, as ilustrações eram feitas pelo Daniel, colega de trabalho do Ronan. E depois, foram realizadas pelo artista plástico Alfred Kristu até o fim do periódico. Muitos contribuíram com seus textos nesta aventura.

E são eles:
Jovino Machado
Artur da Távola
Vanderlei Lourenço
Dina Maria de Souza
Margarete Soraia
Nina Ponte Bella
Mônica de Aquino
Aiaros Schnitger
Naia Pinheiro
Eno Theodoro Wanke
Manoel Neves
Rômulo Venades
Alexa Almeida





domingo, 18 de setembro de 2016

SÃO LOUCOS, MAS NA VERDADE SÃO GENIAIS...





A idealização do projeto é do grupo BARKAÇA de Dioli e Karol Penido que produziram este trabalho fantástico. Acompanha o trabalho, um DVD cujo documentário apresenta vários depoimentos das pessoas que conviveram com o artista.

Nascido em Divinópolis, Hercules Veloso Cordeiro – Hevecus faz da sua obra a transposição de figuras, amálgama de cores, traços fortes, cores berrantes, mosaicos lineares, disformes. O uso do amarelo, do brilho, e por isso caracterizado como “artista solar”.  Outra característica é a sua mistura cujos quadros possuem tinta a óleo com giz de cera. Em outros, grafite com tinta nanquim. “Ele faleceu em Bom Despacho no dia 23 de janeiro de 1987, após cometer suicídio”. Tinha 35 anos de idade.


Dizem que a loucura acompanha o artista, mas na verdade a genialidade supera a insanidade...



Informação
HEVECUS: Um artista solar
Divinópolis: Barkaça, 2012.
30 páginas
Tiragem de 500 exemplares
Distribuição Gratuita

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Pavios Curtos



“Às imagens esquecidas da memória, que clamam para ser lembradas.”

Eis que me deparei com o emblemático poema “96=69” no jornal DEZFACES e o também, na mesma linha, “Vontade de Comer” na  Revista ATO.
“96=69” são números esfinges. Decifra-me ou te devoro. Serão os anos 1969 e 1996? Talvez. É a sedução do texto enquanto forma, o texto visível – imagético. Porém não deixo de pensar na sugestiva posição “69” (será que existe a posição “96”?). Enfim, “96=69” leva a marca registrada de sua série “concretos” em PAVIOS CURTOS. Os números de cabeça para baixo ou vice-versa refletem-se a si mesmos.
Para mim, o poema imagem/espelho reflete a mesma intenção do poema das páginas 44/45 de PAVIOS. Quando se abre o livro lentamente vê-se o poema espelhado. Não deixo de citar algumas palavras da Profª. Glória Leal: “Poesia é tentativa de realização de desejos. Difusos, confusos mesmo, os sentimentos só serão entendidos pelo autor depois. Depois de dar à luz sua poesia”.

Obra: Pavios Curtos
Autor: José Aloise Bahia
(Anome Livros, 2004)


domingo, 14 de agosto de 2016

NA CADÊNCIA DO SAMBA – 2ª parte


“Ah, coração leviano
não sabe o que fez do meu”
PAULINHO DA VIOLA


Jovino é um Baco abrasileirado, amante do vinho e do cinema. Na poesia “Juízo Final”, o fim do mundo é (re)visto com humor. É o final dos tempos sob o olhar de um sambista. Enquanto “a saudade será devastada”, os “suicidas tocarão pandeiro” e celebrarão a vida. Como numa visão apocalíptica, mas com muita ironia as “nuvens destilarão vinho” e “sairá cerveja das neblinas”. É a festa de Baco.

A poesia “Antena” revela o que o poeta é e sempre será pela característica do verbo no presente: “eu sou sambista”. Aquele que articula as palavras. Brinca com elas.

O poeta é movido pela paixão de um grande amor e pela poesia. “Todo samba, no fundo, é um canto de amor” (NOCA DA PORTELA). Seus versos têm a harmonia dos componentes, da bateria, da ala das baianas. Para os amantes da poesia, a edição trata-se de um convite: “...bebadosamba, bebadosamba, bebadachama também...” (PAULINHO DA VIOLA).

Em SOBRAS COMPLETAS de 400 páginas, as palavras dançam no papel. E pela passarela desfilam: Diadorim, João Gilberto, Macunaíma, Policarpo e Dolores. O autor é um sambista que nasceu de improviso, porque Deus estava em crise e ele era o último da fila.




NA CADÊNCIA DO SAMBA – 1ª parte


“Desde que o samba é samba é assim...”
CAETANO VELOSO

Samba: música que acompanha a dança. Música ritmada, compassada. Samba é música, é dança, é alegria. Samba é amor à música. Desta maneira se define a obra de
Jovino Machado nestas SOBRAS COMPLETAS numa edição caprichosa da Editora Estúdio Guayabo.

Eu me detenho nas poesias de SAMBA (publicado originalmente em 1999) cujos versos têm como referência constante o amor. O que não poderia faltar a este poeta que ama as mulheres, a vida e a poesia. Quem conhece Jovino Machado sabe que ele é um resistente. Um incansável. Um poeta, como tantos outros, defensor da poesia, “esse prato indigesto que agrada a poucos” (ANELITO DE OLIVEIRA).

SAMBA foi seu sétimo livro. Coincidência ou não, sete é o número da transformação e da integração. Como as sete notas musicais, os sete dias da semana ou as sete cores do arco-íris. Em “Poema dos trinta anos” há uma explícita referência ao ‘sete’. Como a perda de uma qualidade, em conseqüência o ganho de outra melhor. Renovada. A plenitude alcançada:

“aos sete perdi a infância
(...)
aos dezessete perdi a virgindade
(...)
aos vinte e sete perdi a ingenuidade”
(...)



segunda-feira, 1 de agosto de 2016

REVOADA



Uma revoada de pássaros é uma coisa muito bonita de se ver. Agora, traduzir isso com pedaços de madeira é algo para alguém criativo. A obra do artista plástico Flávio Cro intitulada REVOADA nos permite verificar a sua visão sobre o mundo. Aquele primeiro impacto que a obra choca com o olhar é a do espanto e depois é o da assimilação – a maneira como nosso cérebro processa a informação. As seções instaladas em paredes brancas há objetos coloridos: nitidamente percebe-se o voo. E não é perceptível com os objetos não pintados. Verifica-se apenas e tão somente, o que eles são: as lascas de madeira. As não coloridas formam figuras um tanto “quadradas”, corretas, retilíneas: são como gaiolas. Os objetos coloridos são como a “revoada”. Como andorinhas aprisionadas que ganharam a liberdade, e que – freneticamente – se lançam nos céus numa dança festiva. E com apenas estes (simples e preciosos) materiais recicláveis, Flávio Cro nos presenteia com a sua Arte.

sábado, 23 de julho de 2016

SÉTIMO ENCONTRO DE PESQUISADORES DO CAMINHO NOVO



SÉTIMO ENCONTRO DE PESQUISADORES DO CAMINHO NOVO

Participei do “7º Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo” na cidade de Santos Dumont/MG nos dias 17 e 18 de junho de 2016.

O encontro teve como objetivo a divulgação do patrimônio e conservação das estações ferroviárias, das locomotivas de vapor e óleo diesel e das estradas de ferro que percorrem em nosso país. As palestras foram realizadas no auditório da Fundação Educacional São José cujos temas abordados como educação patrimonial, história social, arquivos públicos deram um panorama da atual situação em que se encontra a preservação ferroviária. No entanto, o “Caminho Novo” faz parte integrante da ESTRADA REAL, cuja beleza histórica é alvo de caminhantes e ciclistas de todas as partes. A cidade de Santos Dumont faz parte da rota do “Caminho Novo”, percorrendo pelas cidades de Ewbank da Câmara, Matias Barbosa, Magé até chegar ao Rio de Janeiro.

domingo, 17 de julho de 2016

PERVERSA PAIXÃO



Direção: Clint Eastwood
Atores: Clint Eastwood, Jessica Walter, Donna Mills
Ano: 1971

Estréia de Clint Eastwood como diretor, PLAY MISTY FOR ME é o título original deste filme. No Brasil, o título é PERVERSA PAIXÃO. Conta a vida de um disc-jóquei (Clint Eastwood) que é atormentado por uma fã (Jessica Walter) que sempre pedia a ele “para tocar a canção Misty”.

O interessante notar nesta película é a conexão de três itens:
1) o dia-a-dia do disc-jóquei;
2) a relação dele com a fã obsessiva;
3) a questão de tocar a música “Misty”.

O filme tem uma trilha sonora de primeira! A canção “The First Time Ever I Saw Your Face” na voz de Roberta Flack é belíssima.


É de se admirar como um sujeito “meio estilo brucutu” que fez muitos filmes de faroeste e de policial naquela época, interpretando personagens durões e “marrentos” fosse capaz de dirigir filmes com tamanha sensibilidade. Haja vista, o sensível “As Pontes de Madison”.

sábado, 9 de julho de 2016

O que é “Latência”?



“Casa vazia
rosto vazio
pessoa coisa
vida perdida;”

G. Zocrato


O dicionário nos fornece vários significados. Prefiro definir como algo oculto descoberto pela análise. É o que sinto pelo livro LATÊNCIA de Ana F. Mendes e G. Zocrato. Um livro de poesias realizado a quatro mãos. Não que os poemas sejam a junção de seus pensamentos, pois cada um expõe, separadamente, seus textos nomeados num mesmo livro.

No poema de Ana intitulado “4 de fevereiro de 2010” não há pontuações. Mas a leitura se dá de forma normal: intuitivamente lemos o texto pontuando (mentalmente) onde deve ser pontuado.

Alguns termos biológicos perpassam pelas poesias – não é à toa que ambos os poetas são biólogos formados pela UFMG. No final do livro há um glossário para ajudar na compreensão.

Integrantes e fundadores do grupo musical AMORA DE PÉ, a poesia corre nas veias destes jovens que mesclada à música fazem da arte um jardim de flores. E cada leitor fará sua análise, já que a poesia oculta em cada verso pode desvendar segredos da vida.

O livro faz parte da coleção “Poesia InCrível” numa edição caprichosa da Crivo Editorial.



domingo, 3 de julho de 2016

PÉS & PEDAIS



Visitem o Blog “Pés & Pedais” de Bruna Caldeira.

Fotografado e entrevistado, este que vos fala, fui!

É só no link abaixo clicar:


"O pé é a parte do corpo mais imprescindível na conexão do ciclista a sua bicicleta. É por meio dele que, em contato com o pedal, é possível o deslocamento existir, fluir. Uma relação de completa intimidade e cooperação mútua. Fotografar os pés dos ciclistas da cidade é saudar essa união. É, também, retratar um pouco da personalidade e estilo particulares de cada um e mostrar a diversidade existente no universo geral de quem pedala. Este experimento declara um brinde aos pés & pedais!" Bruna Caldeira




Para conhecer os colegas ciclistas este link você deve visitar:

domingo, 19 de junho de 2016

UM TRÁGICO NOS TRÓPICOS


Ele joga tinta sobre a tela camada por camada sem diluição da mesma e o resultado: alto relevo numa confusão de cores! As tintas parecem ondular nos quadros, num movimento contínuo...

UM TRÁGICO NOS TRÓPICOS é o título da Mostra de quadros do artista gaúcho Iberê Camargo (1914-1994). Como ele próprio se definiu: “Não, meu coração não é maior que o mundo, é muito menor. Nele não cabem minhas dores”.

Na série “Tudo te é falso e inútil” é de uma profundidade sem fim: sujeitos isolados num mundo sem cores. Assustador e bonito.

Não se percebe uma explosão de cores vivas como num Van Gogh e sim uma apresentação de cores neutras (preto, cinza, marrom) e formas geométricas, onde a cor vermelha é apenas um detalhe. Ele usa pinceladas bruscas, riscos, rabiscos...  constrói e desconstrói a obra até chegar a sua perfeição.

Iberê Camargo no fim de sua vida resolveu retratar ciclistas em suas telas. Figuras esquisitas, ciclistas estranhos. Situados em ambientes desolados contrastando com a beleza da vida.

Sou um andante. Carrego comigo o fardo do meu passado. Minha bagagem são os meus sonhos. Como meus ciclistas, cruzo desertos e busco horizontes que recuam e se apagam nas brumas da incerteza.” Descreve o artista.

Realmente... um “trágico nos trópicos”...





sábado, 11 de junho de 2016

ESTRANHEZA ONÍRICA

“Há sonhos
que devem permanecer nas gavetas,
nos cofres, trancados até o nosso fim.
E por isso,
passíveis de serem sonhados
a vida inteira”.
                       HILDA HILST

E parecem sonhos as obras expostas na Mostra ARQUEOLOGIA EXISTENCIAL do artista plástico mineiro Farnese de Andrade (1926-1996). E na loucura dos sonhos dançam cabeças, bonecas, esferas cristalinas, esqueletos de pequenos animais, figuras talhadas em madeira, formas aprisionadas em redomas de vidro.

Há muita religiosidade expressa nas obras. Muitas delas em oratórios que encerram a complexidade de um artista. Outras, acondicionadas em resinas cujo aspecto lembra uma porção de figuras congeladas. Objetos em resina dão um efeito espetacular: a obra “São Miguel” de 1984, onde o santo parece – em tons avermelhados – matar uma serpente.

Muitas imagens chocam, causam estranheza, como os bebezinhos na boca de uma ostra gigante ou da aranha devorando outros bebezinhos.

E não deixa de trazer certo medo já que a música ecoada pelas paredes da galeria no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, tem um toque fúnebre. Os objetos e a música combinam bem. E os sonhos, também.





domingo, 1 de maio de 2016

ESTRADA REAL 2016


SUA PRIMEIRA VIAGEM PELA ESTRADA REAL
Domingo, 27 de Março de 2016

E mais uma vez, numa manhã maravilhosa, um café da manhã para deixar qualquer ciclista nas nuvens: sucos, café, queijo, leite, bolo de limão, geléia de goiaba, pão de queijo... um manjar dos Deuses... um oferecimento da Pousada São Bartolomeu!

Partimos rumo a Ouro Preto.
E pela Estrada Real foram as guerreiras:

Eu fechando o grupo, e Otávio e seu jipe naquele apoio fundamental.

Foram mais ou menos uns 15 km, mas... com subida atrás de subida. E debaixo de sol escaldante parecia que não terminava mais. Então, quando chegamos ao topo, uma vista maravilhosa: montanhas e vegetação exuberante de nossas “minas gerais”. Uma maravilha!

Maravilha melhor foi a descida até a estrada de asfalto que dá acesso a Ouro Preto.

E por fim, terminou a nossa aventura. Com muitas alegrias, divertimento, sorrisos e de boas lembranças. 


ESTRADA REAL 2016


SUA PRIMEIRA VIAGEM PELA ESTRADA REAL
Sábado, 26 de Março de 2016
Depois do café da manhã na Pousada Ducau, pegamos a estrada margeando o Rio das Velhas. E pra variar, seguimos pelo caminho errado. E acabamos saindo em Itabirito. Então, não deu para fazer o trecho que eu havia imaginado que era para Acuruí e Glaura. O pessoal almoçou em Itabirito e como de costume fiquei me alimentando com bananas e água. A Aldeana, como estava num ritmo abaixo que as demais, foi de carona no Jipe com o Otávio (Sem o Jipe do Otávio, acho que não conseguiríamos: foi valiosíssimo a sua ajuda). 

Eu, Simone, Raquel e Suzélia seguimos pela BR-356. E neste trecho pegamos muita chuva. Os automóveis voavam pela estrada de asfalto, o que realmente acho muito perigoso. Mas tivemos que encarar, pois desta forma não conseguiríamos chegar a tempo em São Bartolomeu.

Antes de entrarmos no distrito de Cachoeira do Campo, viramos à esquerda e encaramos uma subida íngreme – ainda pelo asfalto. Mas a compensação veio depois: uma “super descida” cheia de curvas e completamente vazio de automóveis. Foi emocionante! E a chuva não parava...

Chegamos ensopados em São Bartolomeu.


Depois de mais um merecido banho, fomos jantar na Pousada São Bartolomeu, a mesma que ficamos para dormir. E foi um jantar delicioso! O feijão, o angu e a taioba estavam divinos...


ESTRADA REAL 2016


SUA PRIMEIRA VIAGEM PELA ESTRADA REAL
Sexta-feira, 25 de Março de 2016

Isso mesmo! A primeira viagem de bicicleta pela ESTRADA REAL das colegas Simone Teodoro, Raquel, Aldeana, tendo a companhia de Suzélia e seu esposo, o Otávio. E nossa aventura começou em BH quando partimos com nossas bikes rumo à cidade de Sabará. O Otávio nos acompanhou com um Jipe da década de 1950, enquanto quatro destemidas ciclistas nem imaginavam a aventura que lhes esperava.  Já na entrada de Sabará, a Suzélia leva um tombo. Mas nada de grave. Apenas susto. Ao chegarmos a Sabará, susto maior ainda elas tiveram quando disse que não sabia o caminho para Raposos (em minhas viagens eu não me preocupo com nada, pergunto as pessoas e me oriento pelas placas de sinalizações. Isso quando tem).

E por causa deste meu jeito, resolvemos ir para Nova Lima, ao invés de passar pela cidade de Raposos. E foi lá em Nova Lima que a galera almoçou. Eu me esqueci completamente que era a “primeira viagem delas pela ESTRADA REAL” e nem me preocupei com o almoço (isto porque eu não almoço nestas viagens). Era sexta-feira da paixão e a cidade estava deserta. Todos os restaurantes fechados. Ainda bem que elas descobriram um Subway aberto.


Seguimos (pelo asfalto) direto para Rio Acima sem passar pelo distrito de Honório Bicalho, como eu havia previsto. Chegamos em Rio Acima às 17 horas. Hospedamos na Pousada Ducau, a mesma que fiquei na viagem em 2007. E depois de um merecido banho, fomos jantar: tilápia com mandioquinha!


quinta-feira, 28 de abril de 2016

QUEM SOMOS NÓS



Documentário de 2004 sob direção de William Arntz, Betsy Chasse e Mark Vicente cujo assunto é a respeito da física quântica, tomando como exemplo o dia-a-dia de uma mulher. A física quântica é um assunto muito complicado. Trabalha-se com “possibilidades”. E a consciência é a base. Trabalha-se com o “observador que me vê”. Eu sou um observador que vê e um observador que me vê. Como ver através dos olhos da pessoa que se tornou! Bem complexo!

A percepção que temos do mundo é o que o cérebro nos emite; é o que já está estabelecido. Um mesmo objeto está em dois lugares diferentes?

Acreditam que conseguem a possibilidade de alterar a realidade. Se não consigo andar sobre a água, eu não consigo. Mas, se acreditar... Caso escolha minha experiência, eu mudo minha realidade. O medo de concluir esta experiência me impede de realizá-la.

Por que não conseguimos dominar nossos sonhos? Dar-lhes uma direção? Depende do que acredita ser real. Se você não consegue controlar seu estado emocional está viciado nele.

O que o pensamento pode fazer conosco? É a pergunta da física quântica.  Só poucas pessoas atingirão este estágio. E quando a humanidade conseguir isso seremos todos “deuses” e consequentemente não precisaremos cometer guerras, crimes, e todo mal. Na física quântica não é necessário em concordar com tudo, e sim, “pensar por si mesmo”!


domingo, 10 de abril de 2016

RUMO À BALEIA AZUL



Rumo à Baleia Azul foi um sucesso!

A história é a seguinte: Pastor evangélico, dizendo-se inspirado por Deus, ergue templo em forma de baleia. Ela é azul e fica na Rua Coronel José de Castro, nº. 170, no bairro Santa Cruz, Nordeste de BH.
E lá fomos conhecer a Baleia Azul: eu, Onira, Dani, Adriana, Simone, Elis, Altair, Walter, Ivan, Alexandre, Plácido.

Seguimos pela Rua Jacuí até chegarmos à Avenida Bernardo Vasconcelos. Depois entramos à direita na Avenida Artur Guimarães, já no bairro Santa Cruz. E depois de algumas subidas chegamos ao nosso destino.
Fomos muito bem recebidos pelo pastor Eduardo que nos ofereceu água e banheiro. Muito gentil.


E no mais, foi um pedal pra lá de bom! 


sábado, 5 de março de 2016

A GRANDE APOSTA





Do diretor Adam McKay, com os atores Christian Bale, Steve Carell, Ryan Gosling, Marisa Tomei e Brad Pitt,

O filme trata-se dos precedentes da crise norte-americana em 2008 e que afetou o mundo inteiro, mais conhecido como a “bolha imobiliária”. Para quem não entende muito de economia – como é o meu caso – fica difícil a compreensão de termos como “CDA”, título bancários, “SDS sintéticos”, e tantos outros termos que são citados no filme. Mas deu para perceber que a “bolha” estourou devido a inadimplência das pessoas que compravam as casas e não pagavam. No filme tem um exemplo de uma pessoa que tinha cinco hipotecas (três casas e dois apartamentos) e não pagava nada! Muitos americanos pegavam empréstimos para compra das casas e não lhes eram solicitados comprovantes de renda. Nossa! Realmente uma “bolha” dessa tinha que estourar.

Com relação aos atores, é espetacular a interpretação de Christian Bale. Quem o vê interpretando o Batman não fala que é a mesma pessoa. Outro que me surpreendeu foi o Steve Carell. Notório ator de comédias (atuou em “O Todo Poderoso” e “Agente 86”) está sensacional como dono de uma corretora. Não é à toa que foram indicados ao Oscar. Eles se transformam...

Bom, voltando ao enredo, estes atores interpretam os corretores que haviam pressentido a quebra deste sistema imobiliário e resolveram investir contra. 

domingo, 21 de fevereiro de 2016

PEDALANDO ATRÁS DOS BLOCOS


Um passeio da Alcatéia Sem Pressa

O pedal deste domingo de carnaval, dia 07 de fevereiro, estava bom demais! 
A galera da Alcatéia Sem Pressa: Eu, Fátima, Adriana, Simone, Elis, Marcelo e Walter se encontram na Praça Raul Soares para dar uma voltinha por aí... atrás dos Blocos Carnavalescos de BH seguindo rigorosamente um roteiro.

Fomos em direção a Praça da Estação pra tomar “aquele banho” no chafariz.

Seguimos até o Bloco TODO MUNDO CABE NO MUNDO (Rua Piauí, Santa Efigênia). A animação estava total.

Depois partimos para a Praça da Liberdade onde os preparativos para o Bloco RECEBA A GALINHA PULANDO estavam a todo vapor. E nós vimos a “galinha mor” saindo de um táxi. Uma cena muito “cabulosa”. 

Depois fomos ao bairro Prado. E o Bloco PRADO... não teve! Pois bem. Eles haviam marcado, mas parece que não rolou. Eu acho que rolou quando a gente apareceu... he, he, he...

Nesse ponto alguns “abortaram”. Então eu e Simone seguimos até a Savassi para o Bloco ME BEBE QUE SOU CERVEJEIRO (Rua Antônio de Albuquerque, Savassi). Mas eles ainda estavam se concentrando, já que haviam marcado para às 12 horas. E também o Bloco: DAQUI NÓS NÃO ARREDA O PÉ (Av. Getúlio Vargas, Savassi) no mesmo ritmo.

E nós encontramos o Altair pelo caminho. Fomos tomar cerveja e suco de acerola no restaurante das baianas.

Enfim, foi ótimo o pedal e na companhia de pessoas ilustres e felizes...


sábado, 13 de fevereiro de 2016

ARTE CONTEMPORÂNEA




São como pequenos navegando no mar – num mar de granito. Numa nave espacial. Fios dispostos, entrelaçados, objetos ausentes e ao mesmo tempo, presentes. Flutuantes. Pontos que ligam figuras como neurônios ligam as luzes. Figuras insólitas caminhando a esmo...

Talvez o início deste meu texto seja confuso, mas foi assim que me senti na exposição que se encontra no Palácio das Artes intitulado “5º Prêmio Marcantonio Vilaça – CNI Sesi Senai”, cujas obras são de cinco artistas plásticos brasileiros.

Na obra “Fábula do Olhar” (2013) de Virgínia de Medeiros são apresentadas “foto pinturas”. Oito quadros de homens e mulheres bem vestidos: moradores de rua e ex-viciados em drogas, junto com seus depoimentos de vida.

As performances são pra lá de modernas – além da minha compreensão. Mas são bonitas em sua plasticidade. Como na apresentação da artista Berna Reale: uma personagem ao som de “Singin' In The Rain”, vestida de terno amarelo, usando uma máscara de gás, caminhando sob um tapete vermelho e num lixão. Só posso perceber como uma clara crítica a uma sociedade de consumo e desperdício.

É muita modernidade para meus olhos, como um performer nu sendo banhado de sangue de seus próprios colegas artistas enquanto tenta se enxugar com as páginas de um livro. “Leva o corpo ao seu limite” é o título do ato dos integrantes do Grupo EmpreZa (com o Z maiúsculo mesmo).

Enfim, não deixa de ser uma visão desta nova safra de artistas a nos presentear no Palácio das Artes.