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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O Filme dos Espíritos



Cajazeiras, Paraíba, 1943: Um jagunço espreita um trabalhador por trás de um arbusto. E com seu rifle atira no indefeso.
São Paulo, SP, 2000: Um homem se embriaga com uma garrafa de uísque relembrando momentos passados com sua jovem esposa. Assim começa O Filme dos Espíritos. A trama está focada no professor Bruno (personagem central do filme) que se torna refém das bebidas após a prematura morte da esposa. Nelson Xavier interpreta Levi, um médico responsável por uma casa que ajuda deficientes com paralisia cerebral. Ele acredita que pessoas com deficiência são seres que precisam passar por uma evolução espiritual, como forma de expiação de suas vidas passadas. Levi apresenta a Bruno a doutrina espírita através dO Livro dos Espíritos de Allan Kardec, e este mantém um certo receio até ler as primeiras páginas do livro. A aproximação de Bruno com a palavra mediúnica abre seu coração para o perdão. E após ler o livro e se conscientizar da mensagem, Bruno o entrega a uma senhora que chora sobre o túmulo em um cemitério. Um livro como esperança a muitas pessoas: livro que se passa de mão em mão como redenção a almas desconsoladas no mundo terreno.
Mas nós espectadores nunca estamos satisfeitos. Senti falta de um aprofundamento na questão do aborto e na forma de expiação que os espíritos enfrentam quando quitam “dívidas passadas”. Mesmo assim, não deixa de ser um bom filme para se refletir. E ele cumpre sua meta – alerta os espectadores para a existência de dois mundos – cuja maior missão é levar a mensagem mediúnica: de fazer o bem e disseminar o amor.
E a relação entre a cena inicial em Cajazeiras, na Paraíba e a vida de Bruno só nos é revelada no final da exibição.




O Filme dos Espíritos é inspirado nO Livro dos Espíritos de Allan Kardec, cuja publicação datada de 18 de abril de 1857, contém os “princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade – segundo o ensinamento dos Espíritos superiores, através de diversos médiuns, recebidos e ornados por Allan Kardec”.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

CONTÁGIO



Diretor: Steven Soderbergh
Elenco: Matt Damon, Marion Cotillard, Kate Winslet, Gwyneth Paltrow, Jude Law, Laurence Fishburne.
Duração: 106 min.
Ano: 2011

Um filme sobre epidemia virótica e de como o simples cumprimento de mãos espalha uma doença pelos quatro cantos do mundo. Após uma viagem à China, uma funcionária de uma empresa (interpretada por Gwyneth Paltrow) chega em casa com sintomas de uma gripe. Sua saúde piora e ela morre. Seu filho também apresenta os mesmos sintomas e também vem a falecer. O vírus se espalha e autoridades epidemiológicas iniciam as investigações. Diferente de EPIDEMIA (do diretor Wolfgang Petersen, com o ator Dustin Hoffman), CONTÁGIO nos apresenta um vírus que não foi criado ou manipulado pela mão do homem. Em EPIDEMIA o vírus era guardado a “sete chaves” pelos militares. Em CONTÁGIO o vírus é de origem indiretamente – ou diretamente? – causada pelo homem como podemos perceber nas cenas finais do filme. Mais um trabalho de impacto do diretor Steven Soderbergh, que também dirigiu Sexo, Mentiras e Videotape (1989), Traffic (2000) e Erin Brockovich (2000).

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

RESENHA DO DIA

RESENHA DO DIA

Padrinho: Javert
Grau de dificuldade: Baixo (baixíssimo)
Percurso: mais ou menos 15 Km
Barro Preto/Santa Teresa

Domingo, dia 04 de dezembro de 2011: às 08h48min já me encontrava na Praça Luiz Eugênio Silveira (Escadaria) para mais um pedal da ALCATÉIA SEM PRESSA. Fiquei por lá até às 09h15min e como não apareceu ninguém segui meu rumo. Trilhei a Contorno até o Pátio Savassi de encontro à ciclovia. Ao terminá-la segui a Contorno em direção ao bairro Santa Teresa. Passando pela praça principal carreguei minha garrafa de água e fiquei observando se por acaso havia algum lobo desgarrado ou loba indecisa. Não encontrei nem um nem outra. Então segui meu caminho e como não havia ninguém comigo voltei pra casa.

Este foi meu último pedal de domingo neste ano de 2011.

domingo, 13 de novembro de 2011

PEDAL DIA 13 DE NOVEMBRO



PEDAL DIA 13 DE NOVEMBRO

Padrinho: Javert
Grau de dificuldade: Baixo (baixíssimo)
Percurso: mais ou menos 20 Km
Centro de BH e adjacências

Domingo, dia 13 de novembro de 2011, nos encontramos na Praça Luiz Eugênio Silveira (Escadaria) para mais um pedal da ALCATÉIA SEM PRESSA. Estiveram presentes: Maria Flávia, Fran, Fátima, Carlos Plácido, Javert e Welington. Pela primeira vez fui “padrinho” de um pedal – normalmente eu que fecho a turma de ciclistas. Meu colega Welington é estreante em pedais e neste domingo experimentou a ALCATÉIA SEM PRESSA.
Com saída tradicional às 09 horas, seguimos pela Avenida do Contorno até a Rua Lavras. Subindo uma rua aqui e outra ali até chegarmos à Avenida Nossa Senhora do Carmo. Atravessamos e subimos a Avenida Uruguai. Fomos até a Avenida Bandeirantes e abastecemos nossas garrafinhas com água. Seguimos pela Bandeirantes – que fica fechada para automóveis aos domingos – até a Avenida Afonso Pena. A Bandeirantes estava repleta de pessoas caminhando, crianças com seus patins e suas bicicletas se divertindo numa manhã de domingo.
Chegando na Avenida Afonso Pena contornamos a Praça da Bandeira e seguimos para Estevão Pinto até a Contorno. Perto do Batalhão da Polícia Militar paramos num posto de combustíveis para o Carlos Plácido e a Maria Flávia calibrarem seus pneus. Continuando pela Contorno seguimos para o bairro Floresta. Na Rua Curvelo paramos em uma padaria para um lanchinho básico: comer paçoquinha! O Welington estava com fome e pediu um pastel de queijo. Foi nessa padaria que o Carlos Plácido abortou.
Já que estávamos naquele bairro liguei para minha tia Helena e a avisei que estávamos passando perto de sua casa. E assim nos encontramos na Rua Itajubá esquina com Avenida Contorno. Minha tia ficou muito feliz em me encontrar e também em conhecer as “lobas” e os “lobos” da ALCATÉIA SEM PRESSA. E depois de um rápido papo e de tirar algumas fotos, descemos a Contorno em direção ao viaduto da Floresta. Entramos à esquerda na Andradas e seguimos em direção à Rua Paracatu.
E depois de deixar a Fran em sua casa, terminamos o passeio na Praça Raul Soares. Maria Flávia e Fátima seguiram para a esquerda. Eu e Welington seguimos pela direita.
Obrigado a todos pelo passeio maravilhoso: sem quedas, sem pneu furado e todo mundo obedecendo as regras de trânsito!

domingo, 30 de outubro de 2011

DANDO UMA DE ECONOMISTA



Sidney, Bombaim, Cingapura, Hong Kong. Cidades asiáticas. Estes grandes centros urbanos estão construindo Torres (gigantescos arranha-céus) para poderem abarcar a pujança de suas economias. Um crescimento vertical. Prédios sem limites até o topo das nuvens. Suas economias estão “bombando” mesmo em tempos de crise. Elas estão a galope de cavalo, ou melhor, de corcéis voadores. Austrália e Índia vão instalar o sistema 3G de telefonia e internet em todo o país para o mais pobre de seu habitante ter acesso “on line”. A pobreza continuará, mas o acesso à telefonia e à internet não. A China continua no seu ritmo acelerado de crescimento de 10% ao ano. A Índia deverá crescer 9% em 2011. O tigre indiano afia suas garras. Quer dominar o mercado asiático e assim, suplantar o poderio chinês. O dragão chinês caminha a passos largos rumo ao futuro. Incerto, diria. O canguru australiano também dá seus pulos. Com suas reservas de minério de ferro exportando para China e Índia, também pretende entrar no mercado avassalador.

sábado, 29 de outubro de 2011

Lanterna Verde



Lanterna Verde
Direção: Martin Campbell
Elenco: Ryan Reynolds, Blake Lively, Tim Robbins, Peter Sarsgaard, Mark Strong, Angela Bassett, Michael Clarke Duncan.
Duração: 114 min
Gênero: Ação


Baseado nas histórias em quadrinhos, os Lanternas Verdes são guardiões de uma tropa de seres da galáxia. Eles são protetores da paz e da justiça. Existem Lanternas Verdes de variados planetas e são alienígenas de todos os tipos. Estes seres possuem um anel esverdeado que lhe conferem poderes para materializarem qualquer tipo de objeto. A cor verde do anel simboliza a “vontade” de cada ser. Em uma batalha eles podem materializar, através do pensamento, armas, escudos, e todo tipo de arsenal necessário para combater o inimigo.
Neste filme, os Lanternas Verdes precisam enfrentar um poderoso inimigo, Parallax, cuja maior força é se alimentar do medo dos seres vivos. Parallax vem consumindo seres e planetas por todo Universo. E por isso, a Tropa dos Lanternas Verdes é designada para combater este mal. Um dos Lanternas Verdes, Abin-Sur, entra em combate mortal com Parallax. Abin-Sur morre e seu anel procura outro ser no Universo capaz de ter coragem para merecê-lo. E o anel escolhe um humano do planeta Terra. Hal Jordan, um piloto jatos supersônicos, recebe o anel místico e fica na incumbência de salvar seu planeta do terrível Parallax.
O filme em “3D” dá uma dimensão espacial ao espectador. Principalmente nas cenas de naves e seres espaciais singrando o Universo. As estrelas e planetas parecem realmente vagarem pelo espaço sideral. Um efeito espetacular.

domingo, 2 de outubro de 2011

Quebra-cabeça



Minha vida de adolescente era como um quebra-cabeça desmontado: com o passar dos anos as peças se juntaram formando uma figura. Foi como jogar palavras num papel: só que as palavras não ficaram presas no tal papel. A figura desmontou com o tempo: e haja tempo para montá-la de novo!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Caderno Perdido

No ano da graça de 1993 meu amigo Rômulo recebera de sua colega de classe um caderno de poesias para que fosse revisado e comentado. Era tempo de muita correria pelos corredores da Faculdade de Letras da UFMG. Estudantes noturnos que passavam o dia trabalhando e tentavam ficar acordados dentro de sala. E nessa correria toda, o tal caderno ficara perdido entre os achados. Parece que a proprietária do caderno sumira. Não se sabe se prendera a matrícula ou desistira do curso. Um mistério. Impaciente em seus afazeres, Rômulo me entregara o tal caderno contendo poesias datadas entre 1988 a 1992. Fique com este caderno, já que tem paciência e é dado como investigador, disse ele. O tal caderno em questão está comigo desde aquela época. E pertence à Silvânia Márcia Guimarães. Eu ficara pelos corredores perguntando às pessoas se conheciam Silvânia. Era a única maneira de fazê-lo, já que não conseguia alguma informação junto às secretarias da entidade. O tempo foi caminhando e eu voando pelos corredores até me formar. E minha fama de investigador fora pro brejo. Há dezoito anos estou com este caderno. Durante estes anos ficara com vontade de jogá-lo fora. Era um prêmio indesejável de um investigador medíocre. Como um crime sem solução. Mas fico pensando se caso acontecesse comigo. Gostaria muito que alguém devolvesse meu caderno de poesias. Como se fora um tesouro perdido. Não importando a qualidade do texto gostaria que devolvesse. Para depois de comprovar a qualidade e quiçá arremessá-lo às chamas. Enfim, o caderno de poesias ainda está comigo.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

OPERAÇÃO VALQUÍRIA



Direção de Bryan Singer, com Tom Cruise, Kenneth Branagh, Terence Stamp e Tom Wilkinson. O filme conta a história do tenente-coronel Claus von Stauffenberg, que em meados de 1944, arquitetou um plano para matar Adolf Hitler. Stauffenberg servia no exército alemão no norte da África quando numa batalha perdera um dos olhos, a mão direita e dois dedos da mão esquerda. Já saturado com os horrores da guerra, idealizou um dos inúmeros planos, feito por oficiais alemães, para eliminar Hitler e quase o conseguiu. Sabe-se que naquela época oficiais alemães não concordavam com as atitudes de seu líder por discordarem da insistência em ganhar uma guerra perdida e das atrocidades contra os judeus. E o nome do plano era “Operação Valquíria”. Operação Valquíria era uma reserva do exército alemão capaz de mobilizar um contingente (milhares de soldados) em caso de revolta interna se Hitler fosse morto. Ela foi reescrita por Stauffenberg para favorecer a ele e seus conspiradores a tomarem o curso da Alemanha. A operação é uma alusão à música do compositor alemão Richard Wagner que compôs “A cavalgada das Valquírias”. As Valquírias – na antiga mitologia – são donzelas guerreiras que desciam dos céus, montadas em cavalos, acompanhadas de trovões e relâmpagos, para recolher os heróis mortos em batalhas.
Num local conhecido como “Toca do Lobo”, localizado na Prússia Oriental, onde oficiais do alto escalão nazista se encontravam para sigilosas reuniões, Stauffenberg, no dia 20 de julho de 1944, se encarregou pessoalmente de colocar a bomba no bunker – pequena fortaleza de concreto sem janelas e com apenas uma porta – de seu líder. Mas por obra do destino, a reunião foi transferida para uma sala, por causa do calor. E a detonação da bomba numa sala com várias janelas permitiu que o fogo e os estilhaços saíssem. Caso acontecesse dentro do bunker, a pressão seria tamanha que pulverizaria a todos. E mesmo assim, foi considerado um “milagre” Hitler ter saído vivo da explosão, onde foram mortos três oficiais.
Stauffenberg foi um homem que acreditou na eliminação de seu líder como recurso para o término da guerra. Com seu tapa-olho enigmático, Tom Cruise dá vida a este personagem, assim como todo o elenco de atores.

domingo, 31 de julho de 2011

Deu no Jornal do Metrô



O primeiro dia da permissão do uso de bicicletas no Metrô (22/05) teve saldo positivo nas estações. Na manhã desse domingo, os ciclistas aproveitaram para conferir a estreia do projeto e realizar um roteiro diferente por Belo Horizonte.

O grupo de ciclistas Luiz Eugênio Silveira, Maria Batista Rosa e Javert Denilson Bastos não perdeu tempo e agendou uma manhã turística pelas estações.

Para ler o restante da matéria acesse:
http://www.metrobh.gov.br/v2/final/jornalinterno/acontece/maio/acontece_122.html

terça-feira, 19 de julho de 2011

VISITEM A ESTANTE VIRTUAL





Pessoas raras,
Antes de comprarem livros não deixem de visitar a Estante Virtual um site de compra e venda de livros novos e usados. Eu estou cadastrado neste site. Dêem uma olhada em meu acervo.



É só clicar no link:


www.estantevirtual.com.br/acervo/javert35
Atenciosamente,
Javert – livreiro virtual

sábado, 11 de junho de 2011

Leveza sobre sandálias





O arco impede o passo perfeito. Expulsa o corpo a sobressalto. Nada obstrui o plástico e a borracha de desenvolverem o livre arbítrio. O arco casa com as sandálias num enlace eterno sobre os tacos. Impossível pensar na estranheza dos fatos. Os objetos inatos na suspeita do desaparecimento do ser – daquela que os possuiu. O arco prensado, as sandálias saltitantes – peças centradas no feixe de luz, raptadas de sua proprietária. Subjugados pelo simples fato de serem objetos – de serem descartáveis. Arco em sua infinita grandeza de circunferência, do ato contínuo que beira à perfeição. Imagino a bailarina a girar o bambolê e saltitar com suas sandálias de dedo numa cena em câmara lenta de um filme noir. Naquele dia perfeito para se passear e brincar. Descrevo seu desaparecimento como o último suspiro do ar que respirou. E por fim, arco e sandálias descansam da atividade fútil que guiava suas vidas. Permanecendo assim abandonados à espera das horas.
Miniconto inspirado na obra de Stéphane Vigny “A emoção estética” (L’emotion esthétique) 2009, numa releitura da obra de Waltercio Caldas de 1977.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

SERRA DA GANDALERA – A SAGA



SERRA DA GANDALERA – A SAGA
Padrinho: Luiz Carlos (Lucarol)
Grau de dificuldade: Alto (altíssimo)
Percurso: 80 Km (sendo 43,2 Km de bicicleta)
Rumo à: Serra da Gandalera

Sábado, dia 23 de abril de 2011, Luiz Carlos (Lucarol), Evan, Aylton e eu (Javert) nos encontramos no município de Rio Acima. Dava-se início ao pedal rumo a Serra da Gandalera.

Às oito e meia, saímos de Rio Acima pedalando pelo asfalto até entrarmos no estradão de terra. Trecho de subidas (às vezes médias e às vezes fortes), com poucas retas.

Chegamos à “Escolinha” – um ponto de referência do pessoal do Mountain Bike BH. Trata-se de uma escola municipal e que logo acima há um local de descanso com espaço para estacionar os carros, venda de água e refrigerante. Aylton propôs a idéia de deixar os carros neste local quando tiver um outro pedal, isto para encurtar a distância.

O estradão é todo de minério. Minha bike pulava e fazia uma barulheira danada. Pedalamos por mais um trecho de longa subida, alternando paradas para descansar ou para empurrar nossas bikes. E após esta longa subida chegamos ao topo para vislumbrarmos uma bela paisagem e uma bela descida. Aylton disparou na frente e nos distanciamos dele. Logo em seguida foi a vez de Evan sumir. E só ficou eu e Lucarol para trás.

Depois de contornarmos uma curva eu e Lucarol deparamos com um corpo estendido no chão e uma bike retorcida ao lado:
Evan caiu!
Não o vimos cair e a princípio achava que ele estava descansando. Mas ficamos assustados quando o vimos. Ele levou um tombo feio! Seu capacete parece que explodiu tamanho o estrago. O impacto deve ter sido enorme. Seu rosto no lado direito ficou inchado e um corte no supercílio sangrava muito. Seu joelho direito ralado, o ombro esfolado que chegou até a rasgar a camisa. A princípio ele não conseguia se levantar do chão. Estava zonzo. Seus óculos de grau estavam com as hastes retorcidas e com as lentes trincadas.

Aylton deu uma grande dianteira, devido a descida. E quando percebeu que nós não estávamos atrás subiu o trecho de volta. Nisso já estávamos eu e Lucarol nos primeiros socorros ao Evan. Por sorte não teve nenhum osso quebrado. Tiramos nossos kits de primeiros socorros de nossas mochilas: gaze, esparadrapo, tesoura, merthiolate, água oxigenada, etc.

Não tivemos outra alternativa senão continuarmos o pedal. Os celulares não pegavam. Evan não estava enxergando direito já que seus óculos estavam desalinhados e por precaução deixou assim mesmo já que havia a possibilidade das hastes quebrarem. Seguimos até começarmos a penetrar numa trilha. E a trilha ficava cada vez mais estreita até tornar-se um single track. Foi quando Aylton teve uma queda. Porém não foi grave, pois era trecho de piso liso (barro batido) e ele apenas ralou o cotovelo. Evan já não sentia as dores e seu humor já estava de volta.

Foi neste trecho que eu e Lucarol nos deparamos com uma cobra. Evan e Aylton haviam passado sem perceber, mas quando cheguei bem perto e apesar do embalo da minha bike pude perceber o réptil. Posso jurar que passei por cima dela e no susto levantei minhas pernas assustado com o movimento que a cobra fez: acho que ela deu um bote! Gritei “cobra!”, “cobra!”, pois logo atrás vinha Lucarol que parou imediatamente. Então armados de nossas máquinas fotográficas tiramos algumas fotos do animal. Pedal sinistro! Pedal Punk!

Tivemos que subir um morro. Isso mesmo! Um morro e muito íngreme. Empurrando as bikes que escorregavam junto com a gente devido ao tipo de terreno: parecia que o morro esfarelava-se.

Depois deste sufoco e cansativo trabalho de subir empurrando nossas bikes, começamos a descer por um trecho pior ainda. Isto porque começava a escurecer. Tirei minhas duas pilhas da máquina fotográfica e com mais duas pilhas reservas coloquei em minha lanterna. Lucarol, Evan e Aylton também colocaram suas lanternas para trabalhar. De estradão passamos à trilha. E cada vez mais estreita. E para piorar estava com valas. Às vezes passamos sentados nas bikes e com as pernas abertas escorando-se nos lados. E não tive mais paciência e comecei a caminhar dentro da vala e carregando a bike por cima do ombro. Cruzamos com um riachozinho e enchemos nossas garrafas mesmo sem saber se a água era boa ou não. Não importava, pois a sede era demais. E continuamos nesta balada na trilha muito fechada pela mata e pelas árvores onde sequer víamos o céu. E por fim chegamos ao estradão e pudemos perceber como o céu estava estrelado.

Ao chegarmos às primeiras casas, pedimos socorro e fomos atendidos pelo Rogério, morador de Contagem e que tem uma casa nos arredores de Rio Acima. Depois de uma rápida explanação dos fatos e de ver o Evan todo enfaixado, Rogério nos serviu uma janta deliciosa que, para nossos corpos cansados, foi uma bênção. Arroz, feijão, macarrão e carne: um manjar dos deuses. Comida feita em fogão à lenha. Uma delícia!

Ele nos levou de caminhonete. Na carroceria fomos eu, Lucarol e Aylton e as bikes, E na cabine, Tido (amigo do Rogério), Rogério e Evan. Os familiares de Rogério nos emprestaram alguns cobertores para nós nos protegermos do vento e do frio, pois, pela voz da experiência de Lucarol, nós íamos passar. E não deu outra. Fez frio e o vento cortava nossos corpos molhados de suor. Os cobertores ajudaram e muito.

Chegamos a Rio Acima às 22 horas. Com certeza, se não fosse a ajuda do Rogério, chegaríamos a Rio Acima após às duas horas da manhã. E este foi o fim da saga à Serra da Gandalera.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Rud’s – 17 de abril de 2011




RESENHA
Rud’s – 17 de abril de 2011
Madrinha: Maria Flávia
Grau de dificuldade: leve/médio
Percurso: +- 20 km
Rumo à: Praça do Papa/BH Shopping.
Início: 08 horas.
Término: 11h20min.

Encontramos-nos na Praça da Estação para mais um RUD’s (Rolé Urbano de Domingo) com a participação de três ciclistas (Maria Flávia, Carlos Plácido e Javert Denilson). Seguimos pela Avenida Andradas e só decidimos no meio do caminho o que íamos fazer: subir a Contorno até a Avenida Afonso Pena. Pedalamos rumo a Praça do Papa. Na volta descemos até a Avenida Bandeirantes e seguimos até o final da mesma. Fomos em direção a Rua Patagônia. Subimos aquela ladeira terrível empurrando nossas bikes. E depois seguimos até o BH-Shopping. Resolvemos pedalar pela Avenida Raja Gabaglia e depois descer pela Avenida Barão Homem de Melo. Fomos em direção a Avenida Teresa Cristina e encerramos o pedal. Um trecho tranqüilo e bom para “desenferrujar os ossos”.

quarta-feira, 30 de março de 2011

A PARTIDA


Produção japonesa que narra a história de um violoncelista desempregado que retorna à cidade natal junto com sua esposa para tenta arrumar um novo emprego e ajeitar a vida. Após ler um anúncio no jornal decide comparecer para entrevista. O que ele não sabia é que o cargo é de agente funerário. Ou mais precisamente, preparar os mortos para sua viagem. Trata-se de um ritual de limpeza e purificação. O violoncelista fica na dúvida em aceitar o emprego e também como contaria a novidade para a esposa. Um dilema. Ele aceita o emprego e aos poucos vai se acostumando. Segundo Lair Mattar, mestre em educação pela UFMG “a solidariedade dos agentes funerários é também traduzida no modo como lidam com os corpos inertes. O trabalho feito com respeito e cuidado para deixar o corpo estendido com dignidade e os traços do rosto suavizados são bem proporcionados aos familiares, nessa hora de dor”. Por que filmes japoneses como estes são tão premiados? Este foi o vencedor de Oscar de melhor filme estrangeiro. Penso que a fotografia ajuda um pouco. Os japoneses são mestres na fotografia. Que o diga Akira Kurosawa. Outro detalhe é a cultura japonesa: muito inédita aos nossos olhos ocidentais. Por isso os filmes iranianos, israelenses e do oriente médio em geral faturarem vários prêmios. São dotados de histórias, culturas, eventos inéditos aos nossos olhos de consumistas de plantão. Ineditismo. Este é o grande lance do cinema atual. • Ano de Produção: 2008 • Áudio Original: Japonês • Elenco: Masahiro Motoki, Ryoko Hirosue, Tsutomu Yamazaki, Masahiro Motoki, Kimiko Yo • Direção: Yojiro Takita

terça-feira, 1 de março de 2011

Ursos Polares - Sombras sobre o gelo

No documentário da National Geografic que leva este título os ursos vagueiam sobre a imensidão gelada e branca, fazendo com que eu me encolha mais na poltrona. Nem na hora da propaganda dá vontade de sair do aconchego. Ursos polares são nômades, não têm territórios fixos. Eu fico vendo aquela neve branca, aquele gelo, aquela desolação total de tudo, das coisas.

A mãe urso e seus dois filhotes passeiam entre a nevasca que os atingem. Um dos filhotes está doente e não se agüentando mais, acaba morrendo. São também como nós, seres humanos, sobrevivendo neste mundo através da “lei do mais forte”.

Só os fortes sobreviverão... Diz o narrador.

Diante de tamanha perspectiva de vida sinto-me consolado em viver neste lugar. Em face de tantos outros lugares desolados pelas guerras, pela incompreensão, pela discriminação, pelo racismo e tantas outras mazelas.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

RUDS Santa Luzia


RESENHA
Rud’s – 23 de janeiro de 2011
Padrinho: Aylton Coelho
Grau de dificuldade: leve/médio
Percurso: +- 56 Km
Rumo à: Cidade Administrativa/Santa Luzia
Texto de Aylton Coelho e Javert Denilson

O encontro para mais um RUDs (Rolé Urbano de Domingo) foi na entrada do supermercado EXTRA do Minas Shopping às 08h30min e com saída às 09 horas. Com uma adesão maciça de 23 ciclistas (19 homens e 04 mulheres), o ritmo do passeio foi o mais tranqüilo possível e com muita confraternização entre os participantes. Houve problemas mecânicos como o pneu furado do Vinícius e com alguns ajustes na Superbike do Nino, nosso colega e ilustre visitante de Itabira. Após uma rápida passagem pela Cidade Administrativa, seguimos para Santa Luzia e chegamos por volta das 12h30min. Conforme combinado, o pessoal optou por almoçar no Restaurante Galeria onde um self-service delicioso nos aguardava. E com as mais diversas iguarias, desde leitoa assada até bacalhoada. O proprietário do restaurante tratou a turma como ilustres visitantes “Vips”. Além de disponibilizar um estacionamento privativo para as bikes, reservou ainda um espaço no restaurante só para nós almoçarmos com tranqüilidade e depois descansarmos. O retorno para casa foi tranqüilo e resolvemos passar na casa da avó do Vinícius para tomarmos uma ducha para refrescar, mas ela não estava em casa. Então saímos por volta das 15 horas e chegamos ao Minas Shopping às 16h30min. Apesar das desgastantes subidas e do calor intenso começamos com “chave de ouro” os RUDs de 2011.
Até a próxima pessoal!

Vejam as fotos:
http://picasaweb.google.com/11717357402 ... antaLuzia#

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

METRÓPLE

Pedalo em minha bicicleta pelas ruas da metrópole, o vento acaricia meu rosto – congela-me. Os automóveis rasgam as avenidas e cortam as ruas. De dentro dos ônibus as pessoas conversam numa linguagem sem sabor. Vejo as pessoas – sinto-as. O calor da presença me aquece, mas não sinto amor. A madrugada agora é de um tempo passado. Os primeiros raios do sol iluminam meu caminho pra casa. E o sol não sabe o calor que me faz: um calor mais forte que o amor.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

CLOVERFIELD (O MONSTRO)


Não há sinopse na capa do DVD. E o filme começa com uma narração: no futuro encontraram uma câmera de vídeo no Central Park após a destruição da cidade e resolveram mostrá-la ao público. Percebemos o mesmo artifício no filme A BRUXA DE BLAIR, quando encontraram a câmera de vídeo dos garotos que se perderam numa floresta. Os truques do filme são muito bem feitos. Os personagens passam o tempo todo fugindo de criaturas bizarras e do monstro gigante que assola os arranha-céus. Não posso deixar de pensar em filmes como FIM DOS MUNDOS, com Tom Cruise e GODZILLA, com Mathew Broderick. Só que em Cloverfield, o monstro aparece sem nenhuma explicação, mas mesmo assim mantém o tom sombrio.

• Título Original: Cloverfield
• Ano de Produção: 2008
• Elenco: Mike Vogel,Jessica Lucas,Lizzy Caplan,Michael Stahl-David
• Direção: J.J. Abrams,Matt Reeves

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Objetos fosforescentes

A luz fosforescente brilha. Ilumina minha mão. Ajuda a rascunhar no escuro. Acho extraordinários os objetos fosforescentes. Sem me preocupar com o porquê do brilho e toda sua intrínseca combinação de elementos químicos... O interruptor de luz, os comandos do controle remoto da TV, os números e os ponteiros do despertador. Objetos brilhando na escuridão do quarto.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A POSE

O ministro alemão das Relações Exteriores Joachim Von Ribbentropp abre um sorriso para a lente fotográfica, em setembro de 1939*. Ao seu lado está Joseph Stálin, presidente da U.R.S.S., usando um casaco branco com enormes botões. Eles acabaram de assinar o “Pacto Nazi-Soviético”, um acordo de não-agressão mútua entre os dois países. Era o prenúncio de uma grande guerra. Nada de mais numa antiga fotografia. Mas o que me chama atenção é a personalidade de Von Ribbentropp. Comparando-o em outra
fotografia – no julgamento de Nuremberg – alguma coisa mudou. Em 1939, o sorriso empresta aos olhos tranqüilos, a satisfação de um projeto realizado. O ministro, de peito erguido, apresenta o ar da superioridade, da confiança, da certeza de que tudo está caminhando a seu favor.

Na outra foto, de outubro de 1946**, ele parece muito magro. O peito robusto deixou de existir. Não há o sorriso e os olhos pairam sobre profundas olheiras. As maçãs salientes de sua face já não são mais as mesmas. Há um rosto liso, duro, feito de granito. O cabelo, bem grisalho e raro, está em desalinho. Sua expressão parece dizer: “O que estou fazendo aqui?” ou “O que é que eu fui fazer?”

Ele não está só em 1946. Seus compatriotas Julius Streicher, Hermann Göring, Rudolf Hess e Wilhelm Keitel dividem o mesmo banco dos réus. Estes oficiais alemães quando não estão com seus quepes e suas fardas parecem senhores respeitáveis e ninguém suspeitaria das atrocidades que cometeram. Em ambas as fotos, Von Ribbentropp mantém o vistoso terno e gravata e o idêntico “cruzar de braços”. No prazer de assinatura do pacto ou no desgosto de ser julgado, a posição do braço direito por sobre o braço esquerdo, a mão direita escondida e os dedos da mão esquerda à vista é
impecável. Detalhes visíveis num curto espaço de sete anos. É o instante mágico da fotografia sempre querendo me impressionar.

(*) A fotografia de 1939 de Von Ribbentropp e Joseph Stálin encontra-se no livro “Segunda Guerra Mundial - História Fotográfica do Grande Conflito”, de Charles Herridge, editora Círculo do Livro S/A., São Paulo.

(**) A fotografia de 1946 reunindo os criminosos de guerra está no jornal “O Globo”, caderno “O Mundo”, domingo, 06 de outubro de 1996.