São como pequenos navegando no mar – num
mar de granito. Numa nave espacial. Fios dispostos, entrelaçados, objetos
ausentes e ao mesmo tempo, presentes. Flutuantes. Pontos que ligam figuras como
neurônios ligam as luzes. Figuras insólitas caminhando a esmo...
Talvez o início deste meu texto seja
confuso, mas foi assim que me senti na exposição que se encontra no Palácio das
Artes intitulado “5º Prêmio Marcantonio Vilaça – CNI Sesi Senai”, cujas obras são
de cinco artistas plásticos brasileiros.
Na obra “Fábula do Olhar” (2013) de
Virgínia de Medeiros são apresentadas “foto pinturas”. Oito quadros de homens e
mulheres bem vestidos: moradores de rua e ex-viciados em drogas, junto com seus
depoimentos de vida.
As performances são pra lá de modernas –
além da minha compreensão. Mas são bonitas em sua plasticidade. Como na
apresentação da artista Berna Reale: uma personagem ao som de “Singin' In The Rain”, vestida de terno amarelo, usando uma máscara
de gás, caminhando sob um tapete vermelho e num lixão. Só posso perceber como
uma clara crítica a uma sociedade de consumo e desperdício.
É muita modernidade para meus olhos,
como um performer nu sendo banhado de sangue de seus próprios colegas artistas
enquanto tenta se enxugar com as páginas de um livro. “Leva o corpo ao seu
limite” é o título do ato dos integrantes do Grupo EmpreZa (com o Z maiúsculo
mesmo).
Enfim, não deixa de ser uma visão desta
nova safra de artistas a nos presentear no Palácio das Artes.
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