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segunda-feira, 20 de julho de 2020

ALÉM DOS SENTIDOS




“Sabe-se que a maturidade chegou
Quando seguramos granadas explodindo no peito
Sem escorrer uma só lágrima no rosto
Mesmo com tanto estilhaço
Mesmo todo destroçado.”

Só mesmo a poesia para salvar o ser deste mundo conturbado cujo desgosto pela vida moderna da grande cidade esfria qualquer coração. Muito mais que os próprios sentimentos e as sensações, o livro ALÉM DOS SENTIDOS de Allysson Gudu (Crivo Editorial, 2019) é uma busca pelo amor. Os rancores da vida são expressos nestas páginas, mas não sem um pingo de esperança por dias melhores. São falsas sensações de um convívio inexistente, como os versos do poema “Desfecho”(p.25):

“Tudo parece estar envolto em plástico filme
As pessoas não vivem a fundo as sensações...”

A busca pelo amor é plena quando se tem a poesia. E o melhor mesmo é “boca a boca” (p.16). Quando “a poesia se delicia/Em casa/No bar/Ou na rua de qualquer cidade (...) Ou no boca a boca dos poetas”. Os únicos seres que se entendem entre seres solitários por entre as alamedas da metrópole.

Na ânsia de gritar, o poeta sente-se ameaçado/amordaçado diante de tais atos e fatos acontecidos nos grandes centros urbanos. E cujo lugar “não é a necessidade do poeta”(p.32). Uma vez considerando que “as cidades são feitas para os carros” (p.77). Mero descaso com a metrópole. Tudo haver com as ilustrações da capa do livro: apresenta seres fragmentados, dispersos, perdidos, desencontrados e além de qualquer sentido.

Da mesma forma como se não gostasse do tempo de agora, cujas violências assolam o ser, nada melhor do que relembrar o passado já a muito enterrado em suas lembranças. Um passado feliz, de paz e de amor como evidencia o último verso do poema “Encontros”(p.38):
“Não há no mundo uma só pessoa que não queira voltar no tempo”.

E para finalizar, o livro apresenta o “Poema de amor”, mas não sem uma pitada de ironia. ALÉM DOS SENTIDOS encerra esta busca, que em tempos de guerra, é o único remédio.




segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

NONO SARAU DE POESIAS NO HMAL


No dia 24 de Janeiro de 2020 realizamos o Sarau de Poesias no Hospital Maria Amélia Lins. Em uma hora recitamos o melhor da poesia brasileira.

Da poesia pré-modernista de Augusto dos Anjos
Da poesia simbolista de Cruz e Sousa
Da poesia modernista de Carlos Drummond de Andrade e Yeda Prates Bernis.

Iniciando o ano de 2020 com livros que ainda vão nos encantar. Como a poesia da nova geração de Bianka de Andrade, René Zeferino e Inês Roani.

A cada mês sempre diversificando autoras e autores para conhecimento das colegas de trabalho.
Até o próximo sarau!!!

domingo, 22 de setembro de 2019

OITAVO SARAU DE POESIAS NO HMAL





No dia 26 de Abril de 2019 realizamos o Oitavo Sarau de Poesias no Hospital ao sabor de Simone Teodoro, Bruno Brum, Fernando Antônio Fonseca entre outros.






SÉTIMO SARAU DE POESIAS NO HMAL




No dia 29 de Março de 2019 realizamos o Sétimo Sarau de Poesias no Hospital Maria Amélia Lins. Os autores contemplados foram Múcio de Lima, Renato Negrão, Hugo Lima, Mário Alex Rosa e Ana Elisa Ribeiro.




terça-feira, 30 de julho de 2019

Resquícios

Revirando meu baú de ossos encontrei este pseudo-poema em meio a teias de aranha e com forte odor de mofo...
Papel com letras datilografadas da minha antiga máquina de escrever Remington...do século passado...

E pra mim, continua atual...



quinta-feira, 20 de junho de 2019

Sexto Sarau de Poesias no HMAL




No dia 27 de Fevereiro de 2019 realizamos o Sexto Sarau de Poesias no Hospital Maria Amélia Lins. Em uma hora recitamos o melhor da poesia contemporânea publicada em Minas Gerais. Uma vez por mês apresento livros que adquiro em saraus e lançamentos literários na cidade. E a poesia conquistando cada vez mais, leitores e admiradores.




domingo, 26 de maio de 2019

IMPERFEITA DESARMONIA




da série: LIVROS!

“o colapso
é um lapso
de memória
é um erro
de trajetória”

A perfeita harmonia destes versos não retratam o livro IMPERFEITA DESARMONIA de Fernando Antônio Fonseca (Editora Scortecci, 2016). Talvez o autor quisesse apenas ser irônico. O que no final das contas deu certo.

Os versos de Alberto Caeiro que abrem o livro, “o Universo não é ideia minha. A minha ideia do universo é que é uma ideia minha”, revelam como a escrita de Fernando Antônio lança luz sobre os temas de sua poesia. As ideias de espaços, de corpos, de partículas se fundem aos mistérios da vida.

Em artigo do professor Anelito de Oliveira na revista OROBÓ (1997), o “rompimento em direção à vida, esse mundo sujo, imperfeito, desarmônico, por isto mesmo superbelo, diante do qual todo purismo já nasce sem sentido”.  Nada mais imperfeito que o tempo nestas perfeitas estrofes de “Tempo” (p.31):

“nem tudo é o que parece:
vultos na neblina
carruagens me resgatam
na fumaça inodora...”

Sobretudo quando o poeta trata de temas mórbidos como no poema “Banquete de vermes” (p.45), evocando Augusto dos Anjos numa imperfeita desarmonia.