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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Caderno Perdido

No ano da graça de 1993 meu amigo Rômulo recebera de sua colega de classe um caderno de poesias para que fosse revisado e comentado. Era tempo de muita correria pelos corredores da Faculdade de Letras da UFMG. Estudantes noturnos que passavam o dia trabalhando e tentavam ficar acordados dentro de sala. E nessa correria toda, o tal caderno ficara perdido entre os achados. Parece que a proprietária do caderno sumira. Não se sabe se prendera a matrícula ou desistira do curso. Um mistério. Impaciente em seus afazeres, Rômulo me entregara o tal caderno contendo poesias datadas entre 1988 a 1992. Fique com este caderno, já que tem paciência e é dado como investigador, disse ele. O tal caderno em questão está comigo desde aquela época. E pertence à Silvânia Márcia Guimarães. Eu ficara pelos corredores perguntando às pessoas se conheciam Silvânia. Era a única maneira de fazê-lo, já que não conseguia alguma informação junto às secretarias da entidade. O tempo foi caminhando e eu voando pelos corredores até me formar. E minha fama de investigador fora pro brejo. Há dezoito anos estou com este caderno. Durante estes anos ficara com vontade de jogá-lo fora. Era um prêmio indesejável de um investigador medíocre. Como um crime sem solução. Mas fico pensando se caso acontecesse comigo. Gostaria muito que alguém devolvesse meu caderno de poesias. Como se fora um tesouro perdido. Não importando a qualidade do texto gostaria que devolvesse. Para depois de comprovar a qualidade e quiçá arremessá-lo às chamas. Enfim, o caderno de poesias ainda está comigo.