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sábado, 11 de junho de 2016

ESTRANHEZA ONÍRICA

“Há sonhos
que devem permanecer nas gavetas,
nos cofres, trancados até o nosso fim.
E por isso,
passíveis de serem sonhados
a vida inteira”.
                       HILDA HILST

E parecem sonhos as obras expostas na Mostra ARQUEOLOGIA EXISTENCIAL do artista plástico mineiro Farnese de Andrade (1926-1996). E na loucura dos sonhos dançam cabeças, bonecas, esferas cristalinas, esqueletos de pequenos animais, figuras talhadas em madeira, formas aprisionadas em redomas de vidro.

Há muita religiosidade expressa nas obras. Muitas delas em oratórios que encerram a complexidade de um artista. Outras, acondicionadas em resinas cujo aspecto lembra uma porção de figuras congeladas. Objetos em resina dão um efeito espetacular: a obra “São Miguel” de 1984, onde o santo parece – em tons avermelhados – matar uma serpente.

Muitas imagens chocam, causam estranheza, como os bebezinhos na boca de uma ostra gigante ou da aranha devorando outros bebezinhos.

E não deixa de trazer certo medo já que a música ecoada pelas paredes da galeria no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, tem um toque fúnebre. Os objetos e a música combinam bem. E os sonhos, também.





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