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quarta-feira, 10 de maio de 2017

O SONHO DE WADJDA


Como voluntário do Bike Anjo, já ouvi muitas histórias de como as pessoas só tiveram oportunidades de pedalar apenas na fase adulta. O mais extraordinário dos fatos foram senhoras que me relataram que os pais não as deixavam pedalar por que podia “perder a virgindade”. Bom, isso nas décadas de 1940 e 1950, principalmente em cidades do interior de Minas Gerais. Felizmente nestas décadas do século XXI não ouvimos mais estas histórias. Estamos evoluindo como humanidade.

O enredo de O SONHO DE WADJDA, cuja temática está enraizada nos dogmas de uma religião muito castradora, esta questão da “virgindade” é citada. No filme, a personagem Wadjda é uma jovem garota da Arábia Saudita cujo maior desejo é ter uma bicicleta para poder apostar corrida com seu amigo Abdallah. Vivendo num ambiente muito conservador, ela faz de tudo o que pode para realizar seu sonho. Wadjda é uma garota avançada para o local em que vive. Ela ousada – destemida. Gosta de andar com tênis All Star, ouve rock e vende pulseiras que ela mesma faz para juntar dinheiro para ter uma bike.

De certa forma, Wadjda desobedece aos pais e a diretora da escola onde estuda apenas nos gestos. Não responde aos adultos como uma garota mimada, e sim, no seu jeito de agir, como por exemplo, pintar o seu tênis com caneta hidrográfica preta para seguir as normas da escola.  

A diretora do filme, Haifaa Al-Mansour, conduz com delicadeza este tema delicado. Com muito humor e diálogos geniais da menina Wadjda.

Uma cena que me emocionou: o amigo Abdallah ensinando a Wadjda a pedalar.

E no mais, um filme cativante!



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