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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Única saída


Começou a chover. É sempre assim. Ele nunca está satisfeito com nada. A maior parte da vida foi passada na ociosidade das horas. Poderia viver melhor sem a família. Morar sozinho é um desafio só encarado pelos corajosos. Covardes, passam a vida inteira morando debaixo do teto dos pais. Está chovendo? Ele indaga.  Não. Tá “chuvispingando”. A vida é assim: casa, trabalho, escola, casa, trabalho, escola, casa... num movimento circular. Sair de casa para o trabalho é desanimador. Sair do trabalho é confortador. Encarar a escola é bom e mau. “A vida que leva não é vida”. Mas que lorota ele acabara de pensar. Todas as palavras acima: só besteira. A chuva agora é um verdadeiro toró. Chuvas, como esta, limpam a cidade e as ruas ficam puras. A água limpa tudo e... Ah, o escoadouro. Ele sente como se estivesse na enxurrada, misturando-se com a água e as sujeiras que ela empurra. E a única saída é a sarjeta.

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