Ele
escuta na rádio “You Do Something To Me” de Cole Porter e só lhe resta sonhar:
...então nós seríamos um feliz casal na Paris dos anos 20. Ela estaria com um
vestido azul de alças finas, usaria um colar de pérolas, o cabelo de franjinha
– curto e negro. Eu usaria um smoking ou um suéter. Faria um drink para ela,
como só ela gostaria de beber. Ela me chamaria para dançar um twist e depois
uma música romântica com os rostos colados. Ficaríamos a contemplar o luar da
sacada de um hotel, as pessoas andando nas ruas por entre os automóveis: os Peugeot´s, as Maserati´s...
Contemplaríamos o Café du Dôme lotado
de escritores, artistas e prostitutas. Passearíamos pelas alamedas de Paris
como o casal mais feliz do mundo. Viveríamos um tempo de paz. No inverno ela
usaria uma bota branca um vestido longo e um chapéu de abas largas. Ela levaria
um café bem quentinho para mim, na cama, ao acordar. Ligaria a vitrola e
escutaríamos belas músicas. Ficaríamos abraçados nas noites frias a esperar
pelo dia seguinte. Ela me aqueceria e me beijaria com seus lábios sabor de
cereja. Andaríamos de bicicleta no outono pelas margens do rio Sena. As folhas
caindo e forrando o chão sob nossas rodas. Um artista faria seu retrato em uma
tela. Ela agradeceria e ficaria feliz com o presente. Almoçaríamos no
restaurante da Torre Eiffel e vislumbraríamos a “Cidade Luz”. Brincaríamos na
neve quando o inverno chegar. Na primavera rolaríamos na grama de jardins
proibidos. No verão iríamos para o litoral e eu não odiaria mais o sol a
aquecer nossos corpos. Quando viessem as chuvas correríamos para rua como duas
crianças a procura de aventuras. Devoraríamos livros e mais livros no tempo de
sobra que tivermos. Viajaríamos de trem, conheceríamos todas as cidades
interioranas, vislumbraríamos as belas paisagens francesas. VIVERÍAMOS UMA ÉPOCA FELIZ.
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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
Oficina Bike Anjo BH de 2014
Ano
novo, vida nova. E nesta balada realizamos a primeira EBA do ano de 2014. O sol estava a todo vapor e o calor intenso,
mesmo debaixo das sombras das árvores da Praça do Ciclista. No dia 26 de
janeiro, a 18ª oficina Bike Anjo BH
foi um tremendo sucesso. Antes da oficina, promovemos o CUBA (o Curso de Bike Anjo)
que tem por finalidade ensinar aos ciclistas experientes algumas noções de
“como ensinar uma pessoa a pedalar”. Foi um convívio agradável com pessoas
maravilhosas. Foi mais do que uma aula, foi uma troca de experiências tanto de
quem estava ensinando como de quem estava aprendendo. Todas as pessoas que
apareceram para aprender a pedalar foram atendidas. E inclusive, nos demos ao
luxo de poder repetir a dose com quem ainda ficou por lá. Obrigado a todos que
participaram do CUBA. Obrigado pela
paciência e espero que tenham gostado desta arte. Obrigado a todos que de uma
forma outra participaram e ajudaram a EBA
ser este sucesso.
Até
a próxima!
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Única saída
Começou a chover. É sempre
assim. Ele nunca está satisfeito com nada. A maior parte da vida foi passada na
ociosidade das horas. Poderia viver melhor sem a família. Morar sozinho é um
desafio só encarado pelos corajosos. Covardes, passam a vida inteira morando
debaixo do teto dos pais. Está chovendo? Ele indaga. Não. Tá “chuvispingando”. A vida é assim:
casa, trabalho, escola, casa, trabalho, escola, casa... num movimento circular.
Sair de casa para o trabalho é desanimador. Sair do trabalho é confortador.
Encarar a escola é bom e mau. “A vida que leva não é vida”. Mas que lorota ele
acabara de pensar. Todas as palavras acima: só besteira. A chuva agora é um
verdadeiro toró. Chuvas, como esta, limpam a cidade e as ruas ficam puras. A
água limpa tudo e... Ah, o escoadouro. Ele sente como se estivesse na
enxurrada, misturando-se com a água e as sujeiras que ela empurra. E a única
saída é a sarjeta.
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
QUESTÃO DE GOSTO
Ele nunca gostou de ler.
Principalmente livros que não tinham gravuras. As palavras que os livros
continham eram apenas... palavras. Não havia magia, nem imaginação. As gravuras
é que davam subsídio à sua imaginação. E quanto mais gravuras, melhor. Livros
sem gravuras, ele não lia. Era uma pena, mas naquela época existiam poucos
livros com gravuras. Quando tirava alguma nota vermelha na escola (no boletim
escolar), chegava em casa e era obrigado a mostrar para sua mãe. O castigo era
ler um livro. De pé. Qualquer um. Ficar o dia inteiro com o livro aberto em
suas mãos e proibido de ver TV – que era o que mais gostava de fazer. A mãe era
rigorosa, mas nem tanto, pois apenas via ele com o livro nas mãos e achava que
estava lendo. Mas ele lia pouco. Conseguia ler a primeira página e depois
folheava para ver se estava longe a primeira gravura do livro. Às vezes não
havia gravura. Em outros era preciso ler dez páginas para se encontrar o
primeiro desenho. Era um sacrifício. E quando o encontrava viajava naquilo e
tentava entrar dentro da história. Ao virar a outra página, começava tudo de
novo. Ele não tinha paciência. Lia uma página, saltava duas. Louco e ansioso
para se chegar à próxima gravura. A leitura não acelerava e – ele não
compreendia nada. As palavras, as frases, as poucas gravuras da história não
animavam sua imaginação. Ele desejava que cada livro tivesse pelo menos uma
gravura a cada duas páginas. Quase como uma revista em quadrinhos. “Por que as
escolas não adotavam os gibis para leitura?” Pensava. Seria a glória. De gibis
ele entendia muito bem. À medida que envelhecia, as gravuras já não eram tão
importantes. Já conseguia ler livros sem este subsidio para sua imaginação. Qualquer
livro que tomava nas mãos, imagens eram formadas em sua mente como num filme.
Não soltava mais as páginas. Lia-as uma a uma. “Incidente em Antares”, de Érico
Veríssimo fora um exemplo de como conseguira se livrar deste infortúnio. O
escritor gaúcho era um mestre em “prender” um leitor. Aliás, ainda o é. “Seria
muito interessante – pensava ele – se lêssemos vários livros de vários
escritores e de todas as nacionalidades, para sentirmos a visão de mundo de
cada um. Mas são tantos livros, tantos escritores e tenho tão pouco tempo...”
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
RUAS
De
voltas às ruas: Dizem que a história deste prédio é a seguinte: O prédio era um
luxuoso hotel na década de 30 e que perdera o status com o aparecimento dos
arranha-céus. O proprietário perdera hóspedes ao longo dos anos,
inevitavelmente indo à falência. Tivera que vendê-lo. Imaginara que o comprador
fosse demoli-lo. Para sua felicidade, não. Reformara-o. Conservara-o E na década
de 50 tornou-se o principal paraíso da cidade. E na década de 90 não é mais.
Tudo mudou. Tudo se transformou...
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
LIVROS
No quarto há vários livros. A
maioria: poesias e romances. São autores estrangeiros e brasileiros. Seu gosto
pela leitura começara aos dezoito anos de idade, época que amou profundamente a
poesia. Os versos de Fagundes Varella e Álvares de Azevedo ainda estão em sua
mente guardados com carinho. Os romances de Graciliano Ramos definitivamente
selaram o pacto de leitura entre ele e as obras. “Vidas Secas” e “São
Bernardo” são os melhores livros que já leu. Ele também lera muitos livros
emprestados pela biblioteca pública e já emprestara muitos de seus livros.
Principalmente para seus poucos amigos. Entretanto, há livros que ele nem ousa
falar que possui, com medo de emprestar e de não ser devolvido ou de negar o
pedido de um amigo. Os livros são: “O Som e a Fúria”, de William Faulkner,
“Boêmios Errantes”, de John Steinbeck, “O Fio da Navalha”, de Somerset Maugham,
“Suave é a Noite”, de Scott Fitzgerald e “O Sol Também se Levanta”, de Ernest
Hemingway. Estes livros ficam guardados dentro de um armário de metal,
encarcerados por uma única chave.Secas” e “São Bernardo” são os melhores livros que já
leu. Ele também lera muitos livros emprestados pela biblioteca pública e já
empestou muitos livros também. Principalmente para seus poucos amigos.
Entretanto, há livros que ele nem ousa falar que possui, com medo de emprestar
e de não ser devolvido ou de recusar o pedido de um amigo. Os livros são: “O
Som e a Fúria”, de William Faulkner, “Boêmios Errantes”, de John Steinbeck, “O
Fio da Navalha”, de Somerset Maugham, “Suave é a Noite”, de Scott Fitzgerald e
“O Sol Também se Levanta”, de Ernest Hemingway. Estes livros ficam guardados
dentro de um armário de metal, encarcerados por uma única chave. Secas” e “São Bernardo” são os melhores livros que já
leu. Ele também lera muitos livros emprestados pela biblioteca pública e já
emprestara muitos de seus livros. Principalmente para seus poucos amigos.
Entretanto, há livros que ele nem ousa falar que possui, com medo de emprestar
e de não ser devolvido ou de negar o pedido de um amigo. Os livros são: “O Som
e a Fúria”, de William Faulkner, “Boêmios Errantes”, de John Steinbeck, “O Fio
da Navalha”, de Somerset Maugham, “Suave é a Noite”, de Scott Fitzgerald e “O
Sol Também se Levanta”, de Ernest Hemingway. Estes livros ficam guardados
dentro de um armário de metal, encarcerados por uma única chave.Secas” e “São
Bernardo” são os melhores livros que já leu. Ele também lera muitos livros
emprestados pela biblioteca pública e já emprestara muitos de seus livros.
Principalmente para seus poucos amigos. Entretanto, há livros que ele nem ousa
falar que possui, com medo de emprestar e de não ser devolvido ou de negar o
pedido de um amigo. Os livros são: “O Som e a Fúria”, de William Faulkner,
“Boêmios Errantes”, de John Steinbeck, “O Fio da Navalha”, de Somerset Maugham,
“Suave é a Noite”, de Scott Fitzgerald e “O Sol Também se Levanta”, de Ernest
Hemingway. Estes livros ficam guardados dentro de um armário de metal,
encarcerados por uma única chave.Secas” e “São Bernardo” são os melhores livros
que já leu. Ele também lera muitos livros emprestados pela biblioteca pública e
já emprestara muitos de seus livros. Principalmente para seus poucos amigos.
Entretanto, há livros que ele nem ousa falar que possui, com medo de emprestar
e de não ser devolvido ou de negar o pedido de um amigo. Os livros são: “O Som
e a Fúria”, de William Faulkner, “Boêmios Errantes”, de John Steinbeck, “O Fio
da Navalha”, de Somerset Maugham, “Suave é a Noite”, de Scott Fitzgerald e “O
Sol Também se Levanta”, de Ernest Hemingway. Estes livros ficam guardados dentro
de um armário de metal, encarcerados por uma única chave. Secas” e “São
Bernardo” são os melhores livros que já leu. Ele também lera muitos livros
emprestados pela biblioteca pública e já emprestara muitos de seus livros.
Principalmente para seus poucos amigos. Entretanto, há livros que ele nem ousa
falar que possui, com medo de emprestar e de não ser devolvido ou de negar o
pedido de um amigo. Os livros são: “O Som e a Fúria”, de William Faulkner,
“Boêmios Errantes”, de John Steinbeck, “O Fio da Navalha”, de Somerset Maugham,
“Suave é a Noite”, de Scott Fitzgerald e “O Sol Também se Levanta”, de Ernest
Hemingway. Estes livros ficam guardados dentro de um armário de metal,
encarcerados por uma única chave.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
Desejo
Tempestades
em alto-mar: o verão inicia e ele tem que voltar às aulas. Apesar de ter
repetido o ano tudo é novidade. E finalmente, as temperaturas amenas. Mira-se
no espelho: os óculos estão tortos, os olhos em desalinho, barba por fazer.
Está ficando careca. A última noite não sonhou. Os sonhos são essenciais para
sua existência – sem eles até os pesadelos são bem-vindos. O mundo não passa de
uma vontade – só dele: um desejo.
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