Ano novo: vida nova. O primeiro texto do ano da graça de nosso senhor Jesus Cristo de 2012. Parece algo irreal: ter-se já passados doze anos deste novo milênio. Doze anos! Einstein dizia que a gravidade deforma o tempo e o espaço. Acho que deforma meu cérebro também. Isso me faz lembrar de quando era criança/adolescente: meu pai tinha uma garrafa de uísque de 15 anos. Eu ficava imaginando: 15 anos... A garrafa era mais velha do que eu. E esta idéia martelava minha cabeça. E hoje em dia não martela mais. Passados doze anos desde o ano 2000 já não é tão novidade e surpresa assim.
O novo milênio. E parece que nada mudou. As mesmas notícias, as mesmas tragédias, o mesmo dia a dia. Quando eu tinha 16 anos em 1983, imaginava o ano 2000 como uma vida moderna, uma vida melhor, com naves espaciais, carros voadores, uma sociedade mais civilizada. Quanta ilusão! A violência continua a mesma, as guerras continuam as mesmas. Uma vida melhor para todos no mundo... não aconteceu. Não espero mais por dias melhores.
Bom, então é isso, a vida continua e tento formular 2012 motivos. Motivos são como cartas. Mas não as antigas cartas (pretensas e filosóficas) que costumava escrever. Nem se comparam às cartas que os grandes escritores trocaram entre si durante a história da humanidade. Talvez o tempo deles fosse mais precioso e melhor aproveitado. Hoje em dia, em pleno século XXI, o tempo domina meu modo de pensar. De refletir sobre a vida. Sobre as coisas – sobre o futuro. De pensar a respeito do tempo: este inexorável momento delimitado pelo homem. O tempo marcado – o tempo registrado. E como dizia o filósofo Wittgenstein: “vivemos a formular as mesmas perguntas”. E à medida que o pensamento voa à velocidade da luz tento encontrar 2012 motivos para sorrir.
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