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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

CÉLULA-TRONCO

A questão envolvendo as pesquisas com células-tronco embrionárias é complexa. Cientistas defendem seus interesses; a Igreja Católica seus dogmas. Em meio a toda essa discussão está o destino de muitas pessoas que necessitam de curas para seus males. Os estudos com as células-tronco permitirão avanços científicos jamais conseguidos até então. Doenças como a distrofia muscular e a amiotrofia espinhal, por exemplo, poderão ter a cura definitiva. O debate gira em torno da utilização de zigotos e embriões para que sejam retiradas as células-tronco para os estudos. A Igreja considera tal atitude um crime. Ela admite a idéia de que o embrião é vida e está sendo privado de seu nascimento. Já os cientistas, não. Para eles o que conta é o fato de tratar-se de “material gerado nos procedimentos para fertilização assistida e que, por não ter sido introduzido no útero, é armazenado em congelamento”¹.
Vivemos regidos por leis, leis que estão nos papéis, que estão nos livros. A Lei de Biossegurança está em vigor e os ministros do Supremo Tribunal Federal a consideram sua constitucionalidade correta. Aprovada pelo Congresso em 2005, prevê o “aproveitamento das células-tronco embrionárias congeladas nas clínicas de fertilização há mais de três anos em pesquisas biológicas e tratamentos de doenças como diabetes, câncer, Parkinson e Alzheimer”². Tais pesquisas biológicas também “podem ajudar na recuperação de vítimas de acidentes que ficaram paraplégicas”³.
O episódio ocorrido a respeito do menino de seis meses que fora um embrião congelado por oito anos é outra questão controversa. A Igreja considera o fato positivo e reforça sua crença na humanidade do embrião. A ciência defende a tese de que o embrião humano não se desenvolve sem o útero materno.
Diante dos fatos sou favorável às pesquisas com as células-tronco, pois a ciência tem que estar a serviço da saúde e não presa a dogmas religiosos.
Não considero zigoto e embrião um ser humano. Embrião para mim é uma célula. Algo vivo. Sim. Mas não considero um ser humano. Enquanto está congelado é apenas um embrião. A partir do momento em que ele foi inserido no útero da mãe e foi desenvolvido até se tornar um feto, aí sim, é um ser humano.
Precisamos destas pesquisas para não ficar atrás de nações desenvolvidas e não privar, nossos entes queridos, de uma chance melhor na vida.

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¹Editorial do jornal ESTADO DE MINAS, Quarta-feira, 05 de março de 2008.

²Reportagem do jornal ESTADO DE MINAS, Quarta-feira, 05 de março de 2008.

³Ibidem.

Um comentário:

  1. Não consigo ter uma opinião completa sobre o assunto.
    É uma das questões que mais me faz pensar juntamente com o aborto e a união de pessoas do mesmo sexo.
    Creio que a ciência deve avançar, mas, sempre me pergunto os custos disto.

    O fato é que o inicio da vida é desconhecida, isso é que bloqueia vários de meus pensamentos.

    Parabéns pela postagem!
    Um ótimo texto e o assnto nem se fala.

    Abraços

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