Pelo prazer de construir frase atrás de frase. Escrever uma carta, contar as novidades, mandar notícias. Saber seu gosto, seu sabor – saborear as palavras. Descobrir o seu “saber”. Sorver da sabedoria da língua enquanto posso – enquanto respiro. Senti-la como carne que vibra, que se movimenta – corpo ligado a outro corpo. Uma palavra, depois frases, depois orações, depois períodos, depois texto – o texto é o alimento da imaginação. A língua enquanto escrita fadada ao impresso de suas letras numa folha branca. Pelo prazer de criar um texto e depois de pronto lê-lo com satisfação. De criar uma bela história. Escrever é uma situação solitária. De ficar sozinho, dentro do quarto, em silêncio. Colocar tudo no papel o que está borbulhando na cabeça e que insiste em sair. Escrevo para conhecer-me a mim mesmo. Escrevo como maneira de desabafar aquilo que está preso em mim. Escrever é como a busca de mim mesmo perdido na multidão. A busca de mim mesmo nesta imensidão de planeta à procura de tudo – a busca da incompletude. Escrevo porque é mais fácil para eu escrever do que falar. Escrevo por que é uma delícia escrever.
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