Em 1955, o cientista Iulii Khariton posa ao lado do protótipo da primeira bomba de hidrogênio, na cidade de Arzamas 16, situada a 400 km de Moscou.
O projeto da bomba fora um sucesso. Os resultados impressionantes. A mais devastadora arma nuclear da época estava pronta para ser usada.
Entretanto, Khariton parece apreensivo. Sua fisionomia preocupante revela o temor diante da bomba. Ou será o medo do fracasso que resultaria em seu fuzilamento perante as ordens de Stálin? Sua expressão revela o medo de ambos os fatos.
Talvez ficasse feliz com seu projeto realizado. O objetivo alcançado. Mas seu projeto aniquila várias pessoas de uma só vez. Talvez impedisse o avanço tecnológico desta arma. Mas seu fracasso poderia ser também a sua sentença de morte. O que fazer? Talvez devesse se sacrificar em nome da humanidade. Mas cedo ou tarde alguém desenvolveria tal bomba. Como todo gênio incompreendido e pressionado pelas forças governantes de países autoritários Khariton assim o fez. Entre realizar uma grande proeza, preferiu fazê-lo – e ter que morrer sem tentar – ou morrer do mesmo jeito fracassando.
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