No
dia 25 de Janeiro de 2019 realizamos o Quinto Sarau de Poesias no Hospital
Maria Amélia Lins. Eram 14 horas. E nos primeiros minutos do evento fomos
atordoados com a notícia do rompimento da barragem em Brumadinho. Continuamos
com a leitura das poesias uma vez que a literatura, quem sabe, console corações
despedaçados...
E
a poesia abaixo me fez pensar na tragédia: do livro VIA FÉRREA (Cosac Naify,
2013) do professor Mario Alex Rosa...
CASA
Nunca
houve tanto espaço aberto à cicatriz,
silêncio
calafetando os intervalos de alegria.
Nubladas
de nada e sem hora para as tardes,
as
noites se acumulam nos dias, oxidando
para
sempre o roteiro trilhado pelas pegadas.
Nunca
houve uma casa tão aberta a vazantes
e
vazios de um corpo que quase não se agita.
Uma
ilha é o que sobrou do que já não sou.
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