Total de visualizações de página

domingo, 2 de agosto de 2015

TETSUO: O HOMEM DE FERRO



Há dor na transformação. Há dor na mutação. O filme TETSUO: O HOMEM DE FERRO (1989) do diretor Shinya Tsukamoto retrata a dor e o sofrimento de um personagem que se transforma/metamorfoseia num ser literalmente de ferro. Isto me fez lembrar do livro “A Metamorfose” de Franz Kafka, onde um homem acorda e se vê transformado num inseto. É a transformação, a ruptura, a mudança dos paradigmas da realidade. E esta ruptura se percebe na trilha sonora: ruídos, barulhos, sons exagerados durante os 67 minutos do filme. A película apresenta poucos diálogos, como se nesta “transformação” não há muito que dizer e sim, mostrar. Filmado em preto e branco, TETSUO: O HOMEM DE FERRO se dilacera em meio às ferragens que consomem o seu corpo.

Na animação AKIRA (1988) de Katsuhiro Otomo há um personagem (coincidentemente) de nome “Tetsuo” em que se transforma numa coisa/máquina após as experiências que ele sofreu nas mãos dos militares.

E também, no filme A MOSCA (1986), de David Cronenberg, cujo personagem se transforma numa mosca após as experiências de tele transporte.

Transformar-se numa nova “coisa” é subverter a realidade. É fugir ao padrão de que o ser é constituído. É como uma regra: se você quer se transformar, haverá dor, haverá sofrimento.



Nenhum comentário:

Postar um comentário