da série: LIVROS!
“ali naquele sofrimento
era dia de coisa pequena
acabamento
pois que tudo recomeça
entendia nesse mesmo rodar de
tudo...”
A aspereza em tocar o livro ANO DO
CHUMBO, de Marcos Assis (edição independente,
2014) traduz a inquietante assimilação do mundo do poeta. Os dedos, as mãos, as
unhas resvalam na lixa (literalmente!) que compõe a capa deste ANO DE CHUMBO.
A cada poema lido uma vontade
soltar o objeto para se ficar livre da irritação nos dedos. Irritação esta que
é a voz do poeta num mundo desconexo.
A vida é como um “papagaio surecão”
que não voa, como o mês de agosto que já passou e que é tido como agourento e
mesmo assim permanece no agouro das horas dos meses seguintes.
Chumbo é um metal pesado. E pesado
são os versos inquietantes desta obra. É como “caminhar contra esse sol por
cima de todas essas pegadas”.
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