Viver é
uma chatice. É acordar, respirar e ir por aí. De onde viemos? Para onde vamos?
Se eu não sei para onde vou eu deveria ter ficado no passado. Parado no tempo,
estacionado na longínqua década de 70 ou de 80 do século passado. Tempo, se não
foi dos melhores, era o melhor do que os tempos de agora. Eu ficaria congelado
no tempo sem a ideia mínima do que poderia acontecer no futuro. Preso como um
instante numa fotografia. No tempo do agora eu me sinto deslocado, como se não
fosse feito aos moldes da era moderna. São apenas reclamações de um velho
eremita que está – não diria cansado, e sim, enfarado deste velho mundo. Não é
novidade para os mortais a insatisfação de alguns seres com o mundo em que
vivem. Fomos criados para sentir alegria, amor e... melancolia. Para onde
vamos? Será que para a próxima esquina, no cruzamento entre vias? Se Deus
existe, uma súplica: “Senhor Deus, me livre deste tempo inglório, onde as
esperanças de noites melhores repousam no mar da tranquilidade! Retorne meu ser
ao passado, aos momentos de paz! A tranquilidade estava lá, lá naquele tempo
jamais esquecido!”
Era lá
que eu deveria ter ficado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário