A tarde ecoa o som dos
minutos no infindo sabor do tédio. E este tédio está em mim e eu estou nele.
Incrustado. O tédio do tédio. Inserido no tédio. No tédio do tédio sem
fim. No tédio das horas. Das horas de espera. A espera Dela. Das horas, não: dos dias!
A insuportável diária das horas. As horas da falta. Da falta que Ela faz. O tédio cansa. Causa
sonolência. Angústia. Nada mais importa para um ser humano senão o assassinato
do tédio. Do seu completo e derradeiro fim. Como um vírus que se extirpa pelo
pensamento. E assim sendo, acompanhando os ponteiros do relógio, na vasta
imensidão dos segundos, anseio para ver o rosto da amada em alguns dias...
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