Dentro do ônibus vindo para o trabalho, ouço alguém cantarolar uma música bastante conhecida. É a música tema da novela Gabriela. Esta novela está sendo reprisada por uma emissora de TV com outros atores. Eu não consigo vê-la, pois passa muito tarde. Caso fosse mais cedo eu até animaria a ver outra vez. Mas aquela pessoa a cantarolar dentro do ônibus foi para mim como uma viagem no tempo: uma viagem ao passado. E de repente me transportei à década de 70. Senão me engano, Gabriela fora lançada no ano de 1976. Não acompanho a reprise de Gabriela, apenas pelas propagandas. E o mais interessante é que a reprise manteve as gravações originais da época. Canções de Gal Costa, Caetano Veloso, Djavan entre outras. E para mim, com destaque para “Coração Ateu” com Maria Bethânia. Uma belíssima música. Continuando minha volta ao passado, entre as arrancadas e freadas do ônibus, viajo a 1976, ano do grave acidente do piloto de Fórmula 1, o austríaco Niki Lauda, ocorrido no dia 1º de agosto de 1976, cujo seu corpo fora deformado pelas chamas. Ele não morreu, mas ficou com as cicatrizes.
Do acidente trágico de Juscelino Kubitschek em 22 de agosto de 1976. Lembro-me que meus pais e tios ficaram chocados com a notícia. Eles pensavam que fora um complô.
Do assassinato de Ângela Diniz pelo seu amante Doca Street em 30 de dezembro de 1976. Mulher jovem e bela, conhecida como “pantera de Minas”. O caso foi muito divulgado na época e levantou a questão da “legítima defesa da honra”. Há honra num assassinato?
De todos os eventos que aconteceram naquele ano, nada me marcou tão profundamente como a morte de Ângela. Em se tratando de uma criança não acostumada a este tipo de notícia.
Bom... já estou quase chegando ao trabalho. O ponto de ônibus é logo ali. Está na hora de botar os pés no chão e voltar a minha realidade.
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