SERRA DA GANDALERA – A SAGA
Padrinho: Luiz Carlos (Lucarol)
Grau de dificuldade: Alto (altíssimo)
Percurso: 80 Km (sendo 43,2 Km de bicicleta)
Rumo à: Serra da Gandalera
Sábado, dia 23 de abril de 2011, Luiz Carlos (Lucarol), Evan, Aylton e eu (Javert) nos encontramos no município de Rio Acima. Dava-se início ao pedal rumo a Serra da Gandalera.
Às oito e meia, saímos de Rio Acima pedalando pelo asfalto até entrarmos no estradão de terra. Trecho de subidas (às vezes médias e às vezes fortes), com poucas retas.
Chegamos à “Escolinha” – um ponto de referência do pessoal do Mountain Bike BH. Trata-se de uma escola municipal e que logo acima há um local de descanso com espaço para estacionar os carros, venda de água e refrigerante. Aylton propôs a idéia de deixar os carros neste local quando tiver um outro pedal, isto para encurtar a distância.
O estradão é todo de minério. Minha bike pulava e fazia uma barulheira danada. Pedalamos por mais um trecho de longa subida, alternando paradas para descansar ou para empurrar nossas bikes. E após esta longa subida chegamos ao topo para vislumbrarmos uma bela paisagem e uma bela descida. Aylton disparou na frente e nos distanciamos dele. Logo em seguida foi a vez de Evan sumir. E só ficou eu e Lucarol para trás.
Depois de contornarmos uma curva eu e Lucarol deparamos com um corpo estendido no chão e uma bike retorcida ao lado:
Evan caiu!
Não o vimos cair e a princípio achava que ele estava descansando. Mas ficamos assustados quando o vimos. Ele levou um tombo feio! Seu capacete parece que explodiu tamanho o estrago. O impacto deve ter sido enorme. Seu rosto no lado direito ficou inchado e um corte no supercílio sangrava muito. Seu joelho direito ralado, o ombro esfolado que chegou até a rasgar a camisa. A princípio ele não conseguia se levantar do chão. Estava zonzo. Seus óculos de grau estavam com as hastes retorcidas e com as lentes trincadas.
Aylton deu uma grande dianteira, devido a descida. E quando percebeu que nós não estávamos atrás subiu o trecho de volta. Nisso já estávamos eu e Lucarol nos primeiros socorros ao Evan. Por sorte não teve nenhum osso quebrado. Tiramos nossos kits de primeiros socorros de nossas mochilas: gaze, esparadrapo, tesoura, merthiolate, água oxigenada, etc.
Não tivemos outra alternativa senão continuarmos o pedal. Os celulares não pegavam. Evan não estava enxergando direito já que seus óculos estavam desalinhados e por precaução deixou assim mesmo já que havia a possibilidade das hastes quebrarem. Seguimos até começarmos a penetrar numa trilha. E a trilha ficava cada vez mais estreita até tornar-se um single track. Foi quando Aylton teve uma queda. Porém não foi grave, pois era trecho de piso liso (barro batido) e ele apenas ralou o cotovelo. Evan já não sentia as dores e seu humor já estava de volta.
Foi neste trecho que eu e Lucarol nos deparamos com uma cobra. Evan e Aylton haviam passado sem perceber, mas quando cheguei bem perto e apesar do embalo da minha bike pude perceber o réptil. Posso jurar que passei por cima dela e no susto levantei minhas pernas assustado com o movimento que a cobra fez: acho que ela deu um bote! Gritei “cobra!”, “cobra!”, pois logo atrás vinha Lucarol que parou imediatamente. Então armados de nossas máquinas fotográficas tiramos algumas fotos do animal. Pedal sinistro! Pedal Punk!
Tivemos que subir um morro. Isso mesmo! Um morro e muito íngreme. Empurrando as bikes que escorregavam junto com a gente devido ao tipo de terreno: parecia que o morro esfarelava-se.
Depois deste sufoco e cansativo trabalho de subir empurrando nossas bikes, começamos a descer por um trecho pior ainda. Isto porque começava a escurecer. Tirei minhas duas pilhas da máquina fotográfica e com mais duas pilhas reservas coloquei em minha lanterna. Lucarol, Evan e Aylton também colocaram suas lanternas para trabalhar. De estradão passamos à trilha. E cada vez mais estreita. E para piorar estava com valas. Às vezes passamos sentados nas bikes e com as pernas abertas escorando-se nos lados. E não tive mais paciência e comecei a caminhar dentro da vala e carregando a bike por cima do ombro. Cruzamos com um riachozinho e enchemos nossas garrafas mesmo sem saber se a água era boa ou não. Não importava, pois a sede era demais. E continuamos nesta balada na trilha muito fechada pela mata e pelas árvores onde sequer víamos o céu. E por fim chegamos ao estradão e pudemos perceber como o céu estava estrelado.
Ao chegarmos às primeiras casas, pedimos socorro e fomos atendidos pelo Rogério, morador de Contagem e que tem uma casa nos arredores de Rio Acima. Depois de uma rápida explanação dos fatos e de ver o Evan todo enfaixado, Rogério nos serviu uma janta deliciosa que, para nossos corpos cansados, foi uma bênção. Arroz, feijão, macarrão e carne: um manjar dos deuses. Comida feita em fogão à lenha. Uma delícia!
Ele nos levou de caminhonete. Na carroceria fomos eu, Lucarol e Aylton e as bikes, E na cabine, Tido (amigo do Rogério), Rogério e Evan. Os familiares de Rogério nos emprestaram alguns cobertores para nós nos protegermos do vento e do frio, pois, pela voz da experiência de Lucarol, nós íamos passar. E não deu outra. Fez frio e o vento cortava nossos corpos molhados de suor. Os cobertores ajudaram e muito.
Chegamos a Rio Acima às 22 horas. Com certeza, se não fosse a ajuda do Rogério, chegaríamos a Rio Acima após às duas horas da manhã. E este foi o fim da saga à Serra da Gandalera.
Padrinho: Luiz Carlos (Lucarol)
Grau de dificuldade: Alto (altíssimo)
Percurso: 80 Km (sendo 43,2 Km de bicicleta)
Rumo à: Serra da Gandalera
Sábado, dia 23 de abril de 2011, Luiz Carlos (Lucarol), Evan, Aylton e eu (Javert) nos encontramos no município de Rio Acima. Dava-se início ao pedal rumo a Serra da Gandalera.
Às oito e meia, saímos de Rio Acima pedalando pelo asfalto até entrarmos no estradão de terra. Trecho de subidas (às vezes médias e às vezes fortes), com poucas retas.
Chegamos à “Escolinha” – um ponto de referência do pessoal do Mountain Bike BH. Trata-se de uma escola municipal e que logo acima há um local de descanso com espaço para estacionar os carros, venda de água e refrigerante. Aylton propôs a idéia de deixar os carros neste local quando tiver um outro pedal, isto para encurtar a distância.
O estradão é todo de minério. Minha bike pulava e fazia uma barulheira danada. Pedalamos por mais um trecho de longa subida, alternando paradas para descansar ou para empurrar nossas bikes. E após esta longa subida chegamos ao topo para vislumbrarmos uma bela paisagem e uma bela descida. Aylton disparou na frente e nos distanciamos dele. Logo em seguida foi a vez de Evan sumir. E só ficou eu e Lucarol para trás.
Depois de contornarmos uma curva eu e Lucarol deparamos com um corpo estendido no chão e uma bike retorcida ao lado:
Evan caiu!
Não o vimos cair e a princípio achava que ele estava descansando. Mas ficamos assustados quando o vimos. Ele levou um tombo feio! Seu capacete parece que explodiu tamanho o estrago. O impacto deve ter sido enorme. Seu rosto no lado direito ficou inchado e um corte no supercílio sangrava muito. Seu joelho direito ralado, o ombro esfolado que chegou até a rasgar a camisa. A princípio ele não conseguia se levantar do chão. Estava zonzo. Seus óculos de grau estavam com as hastes retorcidas e com as lentes trincadas.
Aylton deu uma grande dianteira, devido a descida. E quando percebeu que nós não estávamos atrás subiu o trecho de volta. Nisso já estávamos eu e Lucarol nos primeiros socorros ao Evan. Por sorte não teve nenhum osso quebrado. Tiramos nossos kits de primeiros socorros de nossas mochilas: gaze, esparadrapo, tesoura, merthiolate, água oxigenada, etc.
Não tivemos outra alternativa senão continuarmos o pedal. Os celulares não pegavam. Evan não estava enxergando direito já que seus óculos estavam desalinhados e por precaução deixou assim mesmo já que havia a possibilidade das hastes quebrarem. Seguimos até começarmos a penetrar numa trilha. E a trilha ficava cada vez mais estreita até tornar-se um single track. Foi quando Aylton teve uma queda. Porém não foi grave, pois era trecho de piso liso (barro batido) e ele apenas ralou o cotovelo. Evan já não sentia as dores e seu humor já estava de volta.
Foi neste trecho que eu e Lucarol nos deparamos com uma cobra. Evan e Aylton haviam passado sem perceber, mas quando cheguei bem perto e apesar do embalo da minha bike pude perceber o réptil. Posso jurar que passei por cima dela e no susto levantei minhas pernas assustado com o movimento que a cobra fez: acho que ela deu um bote! Gritei “cobra!”, “cobra!”, pois logo atrás vinha Lucarol que parou imediatamente. Então armados de nossas máquinas fotográficas tiramos algumas fotos do animal. Pedal sinistro! Pedal Punk!
Tivemos que subir um morro. Isso mesmo! Um morro e muito íngreme. Empurrando as bikes que escorregavam junto com a gente devido ao tipo de terreno: parecia que o morro esfarelava-se.
Depois deste sufoco e cansativo trabalho de subir empurrando nossas bikes, começamos a descer por um trecho pior ainda. Isto porque começava a escurecer. Tirei minhas duas pilhas da máquina fotográfica e com mais duas pilhas reservas coloquei em minha lanterna. Lucarol, Evan e Aylton também colocaram suas lanternas para trabalhar. De estradão passamos à trilha. E cada vez mais estreita. E para piorar estava com valas. Às vezes passamos sentados nas bikes e com as pernas abertas escorando-se nos lados. E não tive mais paciência e comecei a caminhar dentro da vala e carregando a bike por cima do ombro. Cruzamos com um riachozinho e enchemos nossas garrafas mesmo sem saber se a água era boa ou não. Não importava, pois a sede era demais. E continuamos nesta balada na trilha muito fechada pela mata e pelas árvores onde sequer víamos o céu. E por fim chegamos ao estradão e pudemos perceber como o céu estava estrelado.
Ao chegarmos às primeiras casas, pedimos socorro e fomos atendidos pelo Rogério, morador de Contagem e que tem uma casa nos arredores de Rio Acima. Depois de uma rápida explanação dos fatos e de ver o Evan todo enfaixado, Rogério nos serviu uma janta deliciosa que, para nossos corpos cansados, foi uma bênção. Arroz, feijão, macarrão e carne: um manjar dos deuses. Comida feita em fogão à lenha. Uma delícia!
Ele nos levou de caminhonete. Na carroceria fomos eu, Lucarol e Aylton e as bikes, E na cabine, Tido (amigo do Rogério), Rogério e Evan. Os familiares de Rogério nos emprestaram alguns cobertores para nós nos protegermos do vento e do frio, pois, pela voz da experiência de Lucarol, nós íamos passar. E não deu outra. Fez frio e o vento cortava nossos corpos molhados de suor. Os cobertores ajudaram e muito.
Chegamos a Rio Acima às 22 horas. Com certeza, se não fosse a ajuda do Rogério, chegaríamos a Rio Acima após às duas horas da manhã. E este foi o fim da saga à Serra da Gandalera.
Pedal punk mesmo.
ResponderExcluir2 capotes, 1 cobra e muitos subidões.
Vocês são muito radicais, tô fora, rs.
Abraços, Ronaldo.
Bikessauros
Putz! Cara! que aventura, hein?!?! Acho q em breve vc irá lançar um livro: aventura sobre duas rodas! É isto aí, parabéns pra vcs!!!
ResponderExcluirRômulo Venades