“ Se você
quer cantar, cante
E se você
quer ser livre, seja livre
Porque
existem milhares de coisas para ser...”
Um jovem descontente com a vida e cheio de
criatividade em simular suicídios que deixam sua mãe louca da vida. Com o
tempo, sua mãe já não se assusta mais com tais cenas e o jovem mesmo assim
continua sua sagaz vida de suicida ambulante. Estou falando de Harold. Um
garoto que adora freqüentar velórios e participar de enterros de pessoas que não
conhece. Um jovem com muita vida pela frente, mas sem vontade nenhuma de viver.
Ele ama tanto a morte que seu veículo é um “carro fúnebre”. Eis que ele
encontra uma senhora de 71 anos num cemitério que é totalmente o contrário
dele: ela ama a vida e tenta aproveitar o máximo dela. Estou falando de Maude,
uma velhinha arteira, capaz de roubar árvores e plantá-las em outro lugar, e de
pilotar motocicletas na mais alta velocidade.
Estou falando de HAROLD
& MAUDE – ENSINA-ME A VIVER (1971) do diretor Hal Hashby. Harold é
interpretado pelo ator Bud Cort e Maude pela espetacular atriz Ruth Gordon. Com
trilha sonora de, nada mais nada menos, Cat Stevens, o filme é um primor de
amor à vida. Baseado no livro de Colin Higgins, Harold & Maude são como
dois corpos que se atraem como ferro e o ímã. A questão da solidão é
marcante no filme. Interpretação de Bud Cort com seu olhar sarcástico e o vigor
da interpretação de Ruth Gordon desfilam neste filme feito com sensibilidade.
E a
canção "If You Want to Sing
Out, Sing Out", de Cat Stevens é
um hino de celebração à vida.