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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

CLOVERFIELD (O MONSTRO)


Não há sinopse na capa do DVD. E o filme começa com uma narração: no futuro encontraram uma câmera de vídeo no Central Park após a destruição da cidade e resolveram mostrá-la ao público. Percebemos o mesmo artifício no filme A BRUXA DE BLAIR, quando encontraram a câmera de vídeo dos garotos que se perderam numa floresta. Os truques do filme são muito bem feitos. Os personagens passam o tempo todo fugindo de criaturas bizarras e do monstro gigante que assola os arranha-céus. Não posso deixar de pensar em filmes como FIM DOS MUNDOS, com Tom Cruise e GODZILLA, com Mathew Broderick. Só que em Cloverfield, o monstro aparece sem nenhuma explicação, mas mesmo assim mantém o tom sombrio.

• Título Original: Cloverfield
• Ano de Produção: 2008
• Elenco: Mike Vogel,Jessica Lucas,Lizzy Caplan,Michael Stahl-David
• Direção: J.J. Abrams,Matt Reeves

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Objetos fosforescentes

A luz fosforescente brilha. Ilumina minha mão. Ajuda a rascunhar no escuro. Acho extraordinários os objetos fosforescentes. Sem me preocupar com o porquê do brilho e toda sua intrínseca combinação de elementos químicos... O interruptor de luz, os comandos do controle remoto da TV, os números e os ponteiros do despertador. Objetos brilhando na escuridão do quarto.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A POSE

O ministro alemão das Relações Exteriores Joachim Von Ribbentropp abre um sorriso para a lente fotográfica, em setembro de 1939*. Ao seu lado está Joseph Stálin, presidente da U.R.S.S., usando um casaco branco com enormes botões. Eles acabaram de assinar o “Pacto Nazi-Soviético”, um acordo de não-agressão mútua entre os dois países. Era o prenúncio de uma grande guerra. Nada de mais numa antiga fotografia. Mas o que me chama atenção é a personalidade de Von Ribbentropp. Comparando-o em outra
fotografia – no julgamento de Nuremberg – alguma coisa mudou. Em 1939, o sorriso empresta aos olhos tranqüilos, a satisfação de um projeto realizado. O ministro, de peito erguido, apresenta o ar da superioridade, da confiança, da certeza de que tudo está caminhando a seu favor.

Na outra foto, de outubro de 1946**, ele parece muito magro. O peito robusto deixou de existir. Não há o sorriso e os olhos pairam sobre profundas olheiras. As maçãs salientes de sua face já não são mais as mesmas. Há um rosto liso, duro, feito de granito. O cabelo, bem grisalho e raro, está em desalinho. Sua expressão parece dizer: “O que estou fazendo aqui?” ou “O que é que eu fui fazer?”

Ele não está só em 1946. Seus compatriotas Julius Streicher, Hermann Göring, Rudolf Hess e Wilhelm Keitel dividem o mesmo banco dos réus. Estes oficiais alemães quando não estão com seus quepes e suas fardas parecem senhores respeitáveis e ninguém suspeitaria das atrocidades que cometeram. Em ambas as fotos, Von Ribbentropp mantém o vistoso terno e gravata e o idêntico “cruzar de braços”. No prazer de assinatura do pacto ou no desgosto de ser julgado, a posição do braço direito por sobre o braço esquerdo, a mão direita escondida e os dedos da mão esquerda à vista é
impecável. Detalhes visíveis num curto espaço de sete anos. É o instante mágico da fotografia sempre querendo me impressionar.

(*) A fotografia de 1939 de Von Ribbentropp e Joseph Stálin encontra-se no livro “Segunda Guerra Mundial - História Fotográfica do Grande Conflito”, de Charles Herridge, editora Círculo do Livro S/A., São Paulo.

(**) A fotografia de 1946 reunindo os criminosos de guerra está no jornal “O Globo”, caderno “O Mundo”, domingo, 06 de outubro de 1996.